O pioneiro foi Pablo Escobar, colombiano que fundou o Cartel de Medellín e alcançou fama mundial.
Nascido em 1949, Escobar tornou-se o criminoso mais rico da história, acumulando um patrimônio de 30 bilhões de dólares em 1993, quando morreu, aos 44 anos.
Em 2019, a prisão de Agustín Álvarez teve grande repercussão. Navegador premiado na Espanha, ele tentou levar 3 toneladas de cocaína da América para a Europa num submarino de 21 metros de comprimento.
Ele e dois comparsas fizeram o percurso em 27 dias, mas enfrentaram problemas e, já perto da costa, não conseguiam mais respirar. Agustín teve que abandonar e afundar a embarcação numa enseada de 8m de profundidade. O trio foi capturado.
Essa saga criminosa, que resultou na prisão dos tripulantes, revelou detalhes de como são os submarinos do narcotráfico. O escritor Javier Romero escreveu o livro "Operação Maré Negra", sobre a viagem de Agustín com os comparsas.
Em maio deste ano, a Marinha da Colômbia apreendeu um submarino que estava à deriva no Oceano Pacífico.
A embarcação transportava 2,6 toneladas de cocaína em pó.
Os militares também encontraram dois homens mortos e dois vivos, mas com a saúde debilitada.
Foi constatado que havia um vazamento de gás que intoxicou os ocupantes do submarino.
A embarcação foi levada para o porto de Tumaco, no sudoeste da Colômbia, perto da fronteira com o Equador.
Segundo a Marinha, o carregamento de drogas seria levado para a América Central.
Na Espanha, uma mancha no mar chamou atenção e fez com que autoridades achassem o submarino de transportes de drogas.
Foi perto da Ilha de Arousa, que, desde 1985, se liga ao continente por uma ponte de 2 km de extensão.
Especialistas dizem que esses submarinos são precários, têm espaço pequeno, escuro, sem ventilação e o combustível fica separado da tripulação sem isolamento térmico. Há risco de explosão.
Geralmente, 3 ou 4 pessoas alternam os turnos de vigília. E devem comer e fazer as necessidades fisiológicas no mesmo ambiente.
Esses submarinos são construídos em oficinas escondidas no meio da mata e podem afundar apenas 2 metros, mas, vez por outra, precisam ir à superfície para trocar o ar da cabine.
A Colômbia é o país com maior volume de narcotráfico no mundo. E alguns criminosos ganharam fama internacional.
É o caso de Dairo Antonio Úsuga, conhecido como Otoniel. Preso em 2021, ele comandava a facção 'Clã do Golfo', e era o bandido mais procurado do país.
Otoniel foi extraditado em 2022 para os Estados Unidos. Mas a dinâmica do crime persiste: um é preso; outro assume seu lugar.