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Cemitério do século 14 tem mais de 6 milhões de sepultados!


Por Flipar
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Ele fica localizado nas areias do deserto, em um lugar conhecido como o 'Vale da Paz'. Lá, mais de 6 milhões de pessoas repousam, homenageadas por flores, fotografias e bandeiras religiosas.

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Entre os mortos do Wadi-us-Salam, estão pessoas que foram vítimas de guerra, doenças, acidentes e velhice.

Sgt. Johnnie French/Wikimédia Commons

Anualmente, peregrinos de outros lugares viajam para visitar o cemitério, que abriga os restos mortais de profetas, nobres árabes, cientistas, entre outros.

Alazneqaisar/Wikimédia Commons

Nesse lugar escuro, cheio de túmulos, abóbadas e catacumbas, as lágrimas e as orações são como a moeda da vida cotidiana.

Hadi Abdulwahhab Tabatabaee/Wikimédia Commons

A área foi construída perto do mausoléu do respeitado Imam Ali, uma figura central no Islã xiita.

wikimedia commons U.S. Navy photo by Photographer's Mate 1st Class Arlo K. Abrahamson.

Um homem que viajou 180 km de Bagdá, compartilha seus sentimentos: 'Estou triste, é claro. Mas também estou feliz. Sei que, quando chegar o Dia do Juízo, meu pai estará com o Imam Ali.'

Reprodução/Youtube Canal Euronews

Segundo um historiador local, para os xiitas, que formam a maioria religiosa no Iraque, é de grande importância ser enterrado próximo ao Imam Ali.

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No cemitério histórico, também repousam sultões, soldados, sacerdotes, profetas e também muitos cidadãos comuns.

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Desde a morte de Ali em 661 d.C., e seu enterro próximo a este local, as pessoas optaram por não sepultar mais seus entes queridos em outro cemitério senão no Wadi-us-Salam.

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Najah Marza Hamza, gerente de uma empresa funerária, explica que cavar uma sepultura no Wadi-us-Salaam custa 150 mil dinares (cerca de R$ 238 mil), e as lápides têm preços entre 250 mil e 300 mil dinares (equivalente a R$ 397 mil a R$ 476 mil).

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Estima-se que mais de 6 milhões de pessoas repousem neste cemitério, sendo predominantemente xiitas iraquianos, mas também incluindo iranianos e paquistaneses, de acordo com alguns historiadores.

Flickr/Story Maps

Para Hakim, ex-presidente da vizinha Universidade de Kufa, o número de enterrados pode ser muito maior, mas é impossível quantificar.

Jofar/Wikimédia Commons

Em 2011, o Iraque apresentou à Unesco uma estimativa de que o cemitério cobre uma área de 917 hectares, equivalente a mais de 1,7 mil campos de futebol, e o descreveu como 'o mais antigo e maior cemitério do mundo'.

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Não existem mapas para guiar os visitantes pelo cemitério, que pode se tornar um enorme e complexo labirinto.

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Uma curiosidade é que o próprio Guinness Book reconheceu o Wadi-us-Salam como o maior cemitério do mundo.

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Por conta do volume de visitantes, não é incomum encontrar congestionamentos quilométricos nas imensas avenidas que cortam o cemitério.

Flickr/Nikolaj Kunsthal

Muitas das pessoas enterradas em Wadi-us-Salam foram vítimas da violência que afetou o Iraque, especialmente nas últimas décadas marcadas por ditadura, guerras e conflitos sectários.

Flickr/theglobalmove

Uma das lápides, por exemplo, exibe a foto de um jovem sorridente em uniforme do Exército iraquiano, identificado como 'o mártir Ahmed Nasser al-Mamouri, falecido em 7 de abril de 2016'.

Abdolrahman Rafati /Wikimédia Commons

Outros indivíduos enterrados perderam a vida durante os períodos anteriores de tristeza e tragédia no Iraque, incluindo a guerra de 1980-1988 com o Irã durante o governo de Saddam Hussein.

Reprodução/Youtube Canal Euronews

Outro soldado, chamado Hassan Karim, foi registrado em uma tumba de mármore como falecido 'mártir' em 1987, ao final do conflito com a República Islâmica, que durou cerca de oito anos.

Abdolrahman Rafati /Wikimédia Commons

Abu Mehdi al-Mouhandis, tenente iraquiano do influente general iraniano Qassem Soleimani, também está enterrado no cemitério Wadi al-Salam – ambos perderam a vida em um ataque de drone dos Estados Unidos em janeiro de 2020..

Flickr/itravelanddance

Recentemente, a pandemia de Covid causou um aumento significativo na mortalidade dos iraquianos. 'Durante a pandemia de coronavírus, tivemos 5 mil a 6 mil corpos a mais ao longo de um ano', relatou o coveiro Thamer Moussa Hreina.

Flickr/itravelanddance

Ainda de acordo com o coveiro, eles chegaram a ter que enterrar mais de 200 corpos por dia.

Abdolrahman Rafati /Wikimédia Commons

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