Cameron dirigiu o filme 'Titanic' (1997) e já realizou 33 mergulhos para explorar os restos do naufrágio. Ele até lançou um documentário intitulado 'Fantasmas do Abismo', em 2003.
O canadense já revelou que seu amor pelo mar e pelo Titanic vem desde a infância.
Ele já disse em entrevistas que fez “Titanic” para poder mergulhar até os destroços e não porque queria fazer o filme.
A paixão do cineasta pelas águas é tanta que ele decidiu explorar isso em seu último filme, “Avatar: O Caminho da Água”.
O cineasta de 68 anos comentou sobre o acidente envolvendo o submersível “Titan” e revelou que já “suspeitava da tecnologia” empregada pela empresa OceanGate.
O cineasta também já afirmou que nunca teria entrado no Titan, equipamento que se demonstrou inseguro para esse tipo de expedição e acabou implodindo, matando todos a bordo. .
Ele lamentou que exista uma terrível ironia entre a tragédia de 1912 com a de agora: “Temos outro naufrágio que se baseia, infelizmente, nos mesmos princípios de não atender aos avisos. A OceanGate foi avisada (da insegurança)”.
“Você não pode perder as comunicações e a navegação juntas sem um evento catastrófico extremo ou um evento catastrófico altamente energético. E a 1ª coisa que me veio à mente foi uma implosão”, comentou Cameron.
Cameron também disse que não acha que esse tipo de aventura é “ego de cara rico”, mas que para ele, quem tem a sorte de ganhar muito dinheiro, deve “colocá-lo em seus sonhos”.
Antes mesmo de se tornar diretor, Cameron já era mergulhador.
Em outra façanha incrível, o cineasta mergulhou sozinho até o fundo do da Fossa das Marianas, local conhecido como o mais profundo dos oceanos, a quase 11 km abaixo da superfície.
Para se ter uma ideia, os destroços do Titanic estão a pouco menos de 4 km de profundidade.
Cameron foi à Fossa das Marianas em um submarino que ele mesmo ajudou a projetar, o “Deepsea Challenge”.
A aventura toda foi documentada e lançada no filme com o mesmo nome da embarcação, em 2014.
O feito foi tão impressionante que Cameron foi apenas a terceira pessoa a visitar aquele ponto nas profundezas do mar.
A primeira expedição aconteceu em 1960, quando o 'batiscafo Trieste' realizou um mergulho histórico.
Durante a descida, os exploradores Jacques Piccard e Don Walsh ficaram surpreendidos ao se depararem com formas de vida em uma região onde os cientistas acreditavam ser impossível haver seres vivos.
Depois de Cameron, o investidor texano Victor Vescovo visitou o local, em 2019. Ele encontrou vários sinais do impacto dos seres humanos à natureza, como sacolas plásticas e embalagens de doces.
Uma expedição da agência oceanográfica dos EUA (Noaa) à Fossa das Marianas, feita em 2016, encontrou os restos de um Boeing B-29 Superfortress, da Segunda Guerra Mundial.
O ponto mais fundo da Fossa das Marianas fica na chamada “zona hadal”, nome dado em referência ao deus grego Hades, que, na Mitologia, governa o submundo dos mortos.
Apesar das conquistas, o fundo do oceano continua sendo um dos lugares mais misteriosos do universo. Segundo dados da Noaa (órgão sediado em Washington para estudos sobre meio ambiente), apenas 20% do fundo do mar já foram mapeados.