Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel, confirmou a presença dos nomes na relação.
Ao todo, 34 pessoas fazem parte do monitoramento da embaixada brasileira na Palestina: 24 brasileiros, sete palestinos em processo de imigração e outros três que ainda precisam iniciar os trâmites.
Com a autorização, os brasileiros se deslocaram para o posto de controle da cidade de Rafah, na fronteira com o Egito.
No entanto, a fronteira voltou a ser fechado, frustrando as expectativas.
De acordo com o embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, será feita uma nova tentativa de levar os brasileiros para o Egito no fim de semana.
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, declarou ao portal G1 que a lista do Itamaraty com o nome das 34 pessoas estava com as autoridades de Israel e Egito 'havia vários dias'.
Por medidas de segurança, especialmente pelo temor de que membros do Hamas entrem no Egito, a fronteira fica aberta somente algumas horas por dia.
O governo dos Estados Unidos é quem encabeça o acordo entre Israel e Egito para que os estrangeiros possam se deslocar de Gaza e entrar no território egípcio. Nas primeiras listas, constaram centenas de cidadãos norte-americanos.
Em meio à escalada do conflito entre o Hamas e Israel, a retirada dos estrangeiros da Faixa de Gaza passou a ser prioridade diplomática. O governo do Qatar também participa do acordo.
Dos inscritos na relação do Itamaraty, 18 já se encontravam na cidade fronteiriça de Rafah.
Os outros 16 estavam na cidade palestina de Khan Yunis, localizada a cerca de 10 km do Egito.
O embaixador Alessandro Candeas declarou à Folha de S.Paulo na primeira semana de novembro que os brasileiros em Gaza vivem em 'grande angústia' desde que foi iniciada a articulação para a retirada dos estrangeiros da região conflagrada.
Hasan Rabee, palestino com cidadania brasileira que está em Gaza, fez vídeos relatando a espera aflita por deixar a área.
'Até o momento, não existe informação de quando os brasileiros na Faixa de Gaza vão sair', desabafou Rabee, de 30 anos.
Shahed al-Banna, de 18 anos, fez vídeo relatando as dificuldades pelas quais os brasileiros em Gaza estão passando.
'Cada dia é pior do que o anterior', declarou a jovem que está abrigada em uma casa alugada pelo governo brasileiro, em Rafah.
'Daqui a alguns dias acho que a gente já não vai mais conseguir encontrar água. Não temos luz. Olha o tanto de carregador… Não temos internet também, temos que ficar procurando um lugar com internet para conseguir manter contato com as pessoas daí (do Brasil)', relatou.
Na manhã de 2 de novembro, um avião desembarcou em Brasília com 32 brasileiros resgatados na Cisjordânia.
Território palestino, a Cisjordânia encontra-se na margem do conflito entre Hamas e Israel.
Os brasileiros resgatados foram inicialmente deslocados para Amã, capital da Jordânia, país que faz fronteira tanto com a Cisjordânia quanto com Israel.
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Amã repatriando os brasileiros.
Dos 32 brasileiros resgatados na Cisjordânia, 11 desembarcaram em Recife e o restante na capital federal (de onde seguiram em voo para suas cidades de origem).
O Palácio do Planalto informou que a aeronave da FAB utilizada no resgate atuou dias antes no envio de ajuda humanitária à região.
A guerra foi iniciada em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu Israel por terra, água e ar promovendo matança e fazendo reféns.
Como resposta, Israel passou a promover ofensivas bélicas contra a Faixa de Gaza.