Em vídeos que circularam nas redes sociais, é possível ver uma grande nuvem de poeira engolindo casas e edifícios.
De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Manaus registrou ventos de 70 Km/h durante o fenômeno climático.
Por conta disso, houve destelhamentos na região e o fornecimento de luz ficou afetado em alguns lugares.
Este fenômeno não deve ser único para os moradores manauaras. O Censipam alerta que rajadas de vento semelhantes podem se repetir até dezembro.
Uma das explicações para a criação do 'vento de areia' é a seca na região. As chuvas estão abaixo da média e Amazonas vem sofrendo com o efeito do El Niño.
O fenômeno do El Niño provoca um aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, o que muda a dinâmica do clima em algumas regiões. Segundo especialistas, desde maio que não chove mais de 100 milímetros em Manaus.
Segundo o meteorologista Gustavo Ribeiro, as condições dos oceanos e a mudança dos ventos 'resultam na inibição da formação de nuvens mais robustas. Com isso, reduzindo e atrasando o início das chuvas em grande parte da Amazônia Legal'.
Outra explicação é a rajada de vento que atingiu a cidade. Por conta disso, essa ação climática ajudou a levantar a poeira arenosa da região, fruto de um solo já ressecado.
A fumaça das queimadas que vem atingindo Manaus é outro fator que contribuiu para a tempestade de areia. Este é o pior número de queimadas em outubro desde 1998, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante do problema da fumaça em Manaus, o Ministério Público Federal acionou a Justiça Federal. O objetivo é buscar explicações do Governo do Amazonas sobre o combate a queimadas e incêndios florestais.
Segundo o MPF, o número de crianças internadas por problemas respiratórios dobrou na região. 'A população de Manaus também sofre com sintomas como ardência nos olhos, falta de ar e cansaço'.
Esta não é a primeira vez que uma região do país sofre com tempestade de areia. Há dois anos, pelo menos 11 municípios de São Paulo foram atingidos pelo fenômeno.
O Maranhão também já registrou esse tipo de fenòmeno. Em 2021 houve uma grande tempestade, causando estragos em vários municípios.
Lá fora, foi registrada uma morte, além de mais de cinco mil feridos, no Iraque por consequência de problemas respiratórios causados por uma tempestade de areia em 2022.
No período de um mês, o Iraque sofreu sete tempestades de areia. A região do Oriente Médio costuma sofrer com esse fenômeno climático.
Outro país que já sofreu foi a China. Em 2021 o país oriental registoru uma barreira de 100 metros de altura que envolveu uma cidade perto do deserto de Gobi.