Schumacher entrou em coma devido a um traumatismo craniano e desde então foram dadas poucas atualizações sobre seu estado clínico.
Segundo o advogado do piloto, Felix Damm, a própria família decidiu por divulgar poucas atualizações por conta da pressão exercida pela imprensa.
'Eles [a imprensa] poderiam receber esses relatórios de novo e de novo e ainda perguntar: 'E como está agora', um, dois ou três meses após a mensagem', disse Damm.
Já para o ex-companheiro de equipe de Michael, Johnny Herbert, a falta de atualizações nunca é um bom sinal: 'Nunca há notícias. O que sabemos é que não há notícias positivas'.
Em entrevista, um amigo de Schumacher disse: 'Só há uma resposta para esta pergunta e seu filho Mick a deu em 2022: 'Eu daria tudo para falar com o pai'. Esta frase diz tudo sobre como seu pai está há mais de 3.500 dias. Um caso sem esperança'.
Ao documentário 'Schumacher', o filho do piloto, Mick, lamentou o fato de não conseguir conversar com o pai: '[...] teríamos tantas coisas para falar… É precisamente isso que fica na minha cabeça, porque se fosse possível, seria magnífico. Daria tudo para que isso acontecesse'.
Em julho, Mick Schumacher foi o escolhido para pilotar o Mercedes W02 2011 do pai no Goodwood Festival of Speed, na Inglaterra.
No dia 17/10, Mick pilotou o Alpine A424 no circuito de Jerez de La Frontera (Espanha), em preparação para a temporada 2024 do FIA WEC.
Atualmente, o filho de Schumacher ocupa o posto de piloto reserva da Mercedes na F1 desde sua saída da Haas.
Michael Schumacher até hoje é considerado um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. Ele sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes Franceses, no dia 29 de dezembro de 2013.
O alemão esquiava em uma área perigosa e proibida. Estava de capacete, mas mesmo assim bateu com a cabeça no chão e ficou seis meses em coma. Quando acordou, seguiu para casa, na Suíça, com sequelas.
Em entrevista, o empresário Eddie Jordan, que é amigo da família, contou que Corinna Schumacher, esposa de Michael, vive em uma espécie de prisão.
'A Corinna não pode ir a uma festa, um almoço, isso ou aquilo. Ela é como uma prisioneira, porque todos iriam querer falar com ela sobre Michael, quando ela não precisa de lembretes a cada minuto”, contou Jordan ao site britânico 'The Sun'.
'A privacidade é um aspecto tão vital para o esporte, negócios e sua vida pessoal que Corinna estabeleceu algumas regras; eu a conheço muito bem e muito antes do Schumacher. Ela é adorável', completou.
As visitas estão restritas a alguns familiares e a amigos muito próximos. A família sempre fala a mesma coisa: 'Ele está consciente e está se recuperando de forma lenta, mas sempre evoluindo'.
Em 2021, Piero Ferrari, filho de Enzo Ferrari, fundador da escuderia Ferrari, por onde Michael Schumacher fez história, afirmou: 'Não está morto, mas não se comunica'.
'Tive o prazer de ter o Schumacher como hóspede em casa e de beber uma garrafa de vinho tinto juntos: ele gostava muito desses momentos de intimidade e tranquilidade. Era uma pessoa simples, clara, precisa, uma personalidade muito linear.', completou Piero.
Para o documentário, lançado em 2021, a esposa do piloto declarou: 'Estamos tentando continuar como uma família do jeito que Michael gostava. E ainda gosta. Estamos seguindo com nossas vidas. 'Privado é privado', é o que ele sempre dizia. Michael sempre nos protegeu, e agora estamos protegendo Michael'.
'Todos sentem falta dele, mas o Michael está aqui. Diferente, mas está, e isso nos dá força, eu acho. Estamos juntos. Moramos juntos em casa. Fazemos terapia. Fazemos todo o possível para que Michael melhore e para garantir que fique confortável', acrescentou.
Mick, aliás, esquiava com o pai durante o acidente, mas não se machucou. Michael e Corinna Betsch são casados desde 1995. Eles são pais também de Gina-Maria, de 26 anos.
Michael é ainda irmão mais velho de Ralf Schumacher, que competiu na Fórmula 1, sem títulos, mas com seis vitórias, entre 1997 e 2007. Ele largou o esporte após 180 corridas.
Schumacher nasceu em 3 de janeiro de 1969, na pequena cidade de Hürth, na Alemanha. Aos 4, ganhou seu primeiro kart, do pai. Em 1987, virou piloto da Fórmula König. Depois, competiu pelas fórmulas Ford, F3, 3000 Japonesa, entre outras.
Schumacher ingressou na Fórmula 1 em 1991, aos 22 anos. Inicialmente, foi apenas substituir o belga Bertrand Gachot, que foi preso por uma briga de trânsito. Michael agradou e foi contratado como piloto titular para 1992, no lugar do brasileiro Roberto Pupo Moreno.
Nos seus primeiros anos, Schumacher fez dupla com outro brasileiro, o Nelson Piquet, pela Benetton. Ele foi campeão mundial em 1994 e 1995. Isso o fez ser contratado pela poderosa Ferrari, em 1996. Um piloto da equipe italiana não conquistava o Mundial de Fórmula 1, a principal do automobilismo, desde 1979.
Após anos batendo na trave, foi campeão em 2000. Depois, Michael ganhou ainda em 2001, 2002, 2003 e 2004. Portanto, são sete títulos, um recorde, empatado com Lewis Hamilton.
Schumacher aposentou-se em 2006 e depois voltou a competir, entre 2010 e 2012. Ele foi ao pódio (primeiro a terceiro lugar) em 155 corridas; teve 68 vitórias, 77 voltas mãos rápidas e 3.961 pontos na carreira.
Michael coleciona milhões de fãs pelo mundo, além de uma fortuna. Estima-se que ele tenha ganhado mais de 1 bilhão de reais como piloto e garoto-propaganda.