Olha ele aí ao lado do certificado: é o cão com a vida mais longa em todos os tempos. A veterinária de Bobi, Karen Becker, o homenageou nas redes sociais.
“Ontem à noite (21/10), esse menino querido ganhou suas asas. Apesar de ter sobrevivido a todos os cães da história, os seus 11.478 dias na terra nunca seriam suficientes para aqueles que o amavam. Boa sorte, Bobi. Você ensinou ao mundo tudo o que deveria ensinar.”
O tutor de Bobi, Leonel Costa, falou recentemente dos 'segredos' da longevidade de Bobi.
'Amor, carinho e dedicação, felizmente sempre damos', disse, acrescentando que a alimentação e o ambiente do campo também foram fatores importantes. Bobi era um cão amoroso, com as pessoas e com outros animais.
Bobi era um cão Rafeiro do Alentejo. A expectativa de vida dessa raça fica entre 10 e 14 anos.
Por isso, o fato de Bobi chegar a 31 anos é algo que impressiona. Um caso único na história.
Antes de Bobi, o detentor do título no Livro Guinness dos Recordes era Bluey, cão australiano que viveu 29 anos e 5 meses (morreu em novembro de 1939)
Bobi nasceu na vila de Conqueiros, na cidade de Leiria (foto), em 11 de maio de 1992.
O Alentejo é uma região no Centro-Sul de Portugal, com vasta paisagem natural. É a região mais extensa, a quarta mais populosa e a sétima mais densamente povoada do país.
Leonel contou que tinha 8 anos quando Bobi nasceu - junto com outros 3 filhotes. O pai de Leonel deu os cães, mas o garoto conseguiu manter um: Bobi.
A data de nascimento de Bobi foi atestada pelo Serviço-Veterinário de Leiria e pelo Sindicato Nacional dos Médicos-Veterinários.
Leonel, que costumava celebrar os aniversários do pet, fez uma legítima festa portuguesa e recebeu até convidados de outros países no 31º ano de vida do cão.
Leonel falou da despedida. Bobi estava fraco, com dficuldade de mobilidade. Chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu.
'Foi uma luta dura e só um guerreiro como ele podia ter aguentado este tempo. Ficam as melhores memórias de uma longa vida em que ele foi feliz'.
'Ele fez muita gente feliz, principalmente a sua família que hoje sente que um dos seus pilares ruiu.” , concluiu Leonel.
Essa raça - Rafeiro do Alentejo - também é chamada de mastim português ou mastim do Alentejo.
Trata-se de uma antiga raça canina originária justamente desta região alentejana de Portugal, utilizada como cão de guarda de rebanhos bovinos.
As fêmeas têm entre 64 a 70 cm e os machos vão desde os 66 até aos 74 cm. O peso varia em torno entre os 35 e os 45 kg nas fêmeas e entre os 40 e os 50 kg nos machos.
Este cão é considerado calmo, seguro e gosta de crianças. Mas só fica tranquilo no ambiente familiar.
Se ele detectar alguma ameaça, aí ele pode virar uma fera. E, por isso, é considerado um bom cão para a defesa da família.
Os tutores, portanto, devem estar atentos para evitar problemas quando recebem visitas.
Por ser corpulento e ágil, ele também é bastante indicado para a caça.
O pelo curto a médio do Rafeiro do Alentejo não exige muita manutenção. Escovagens semanais são suficientes para manter o pelo bem tratado.
O banho deve ser dado apenas quando necessário, pois a água e os produtos de higiene afetam a camada oleosa de proteção da pele desses cães.
O rafeiro não é propenso a muitas doenças. Os tutores devem ter cuidado para evitar problemas nas ancas do animal e otites (inflamações nos ouvidos). No mais, são cães bastante saudáveis quando bem tratados.
Mas, afinal, qual foi a alimentação do Bobi que fazia tão bem a ele? Em primeiro lugar, ele adorava peixe grelhado, seu prato favorito (principalmente peixe da espécie dourado). Bobi só recebia a mesma comida das pessoas, em vez de ração.
Além disso, gostava de batatas, que combinavam bem com o peixe (até com um toque de azeite)
Também gostava de broa portuguesa. O tutor triturava o pão e acrescentava à refeição do Bobi.
Ele também se esbaldava quando havia brócolis na tigela.
E pra finalizar, uma cenoura cozida sempre caía super bem.
Descanse em paz, Bobi! É o desejo de todos que curtem muito esse cachorro tão querido.