A filmagem do crime, ocorrido em 9 de outubro, foi feita pela própria criança e publicada no status do WhatsApp do estuprador.
A vítima teria gravado a violência sem que o abusador percebesse.
O caso foi denunciado à polícia por pessoas próximas ao criminoso e à menina.
O boletim de ocorrência foi feito pela mãe da vítima na Delegacia Regional de Itapipoca, município vizinho a Amontada.
A Delegacia Municipal de Amontada só fica aberta durante o dia e o boletim foi registrado à noite.
O homem foi conduzido para a delegacia e liberado depois de prestar depoimento.
De acordo com as autoridades, a soltura do abusador deve-se ao fato de não ter havido flagrante do crime.
Segundo o portal G1, a menina é sobrinha da agora ex-mulher do abusador - ela teria se separado do homem ao descobrir o crime.
O abuso sexual teria ocorrido quando o tio cuidava da menina a pedido da então esposa, que estava em um compromisso longe de casa.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS) declarou ao G1 que apura o caso, mas não deu explicações sobre o fato de o abusador estar em liberdade.
“Mais detalhes serão repassados em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais”, declarou a Polícia Civil do Ceará ao Portal Metrópoles.
O pequeno município de Amontada fica no norte do Ceará e tem pouco mais de 44 mil habitantes.
Em maio, o portal do Governo Federal divulgou que só nos quatro primeiros meses de 2023 foram denunciadas mais de 17 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos).
Os dados representam um acréscimo de 68% na quantidade de denúncias em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os números foram divulgados em 18 de maio, no conjunto de ações da campanha do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A maior parte dos casos denunciados (quase 14 mil) ocorreram na casa da vítima, do suspeito ou de familiares.
O relatório apontou ainda que foram registradas no mesmo período 763 denúncias e 1,4 mil violações sexuais contra menores via internet.
'Ainda há uma subnotificação muito grande no Brasil em relação aos crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Precisamos cada vez mais fortalecer os canais de denúncias. Em 2023, temos maior participação da população se mobilizando e denunciando”, declarou o ouvidor nacional de Direitos Humanos do ministério, Bruno Renato Teixeira.
'O Disque 100 pode ser acionado por meio de ligação gratuita, WhatsApp - (61) 99611-0100, site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras), aplicativo Direitos Humanos Brasil, Telegram”, informou Teixeira.