As informações são da agência oficial de notícias IRNA.
O anúncio aumenta as preocupações no Ocidente sobre as capacidades balísticas do Irã.
A mídia estatal iraniana divulgou fotografias do míssil batizado de “Fattah”.
As imagens foram capturadas durante uma cerimônia que contou com a presença do presidente Ebrahim Raisi e comandantes do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã.
Segundo o chefe da força aeroespacial da Guarda, Amirali Hajizadeh, o míssil conta com um alcance de 1.400 km e é capaz de penetrar todos os escudos de defesa que existem atualmente.
Os mísseis hipersônicos têm a capacidade de atingir velocidades pelo menos cinco vezes superiores à velocidade do som.
Além disso, esse tipo de armamento segue uma trajetória complexa, o que dificulta sua interceptação.
Em 2022, a República Islâmica anunciou ter desenvolvido um míssil balístico hipersônico capaz de realizar manobras dentro e fora da atmosfera.
Segundo a TV estatal do Irã, o míssil “Fattah” pode atingir “os sistemas antimísseis avançados do inimigo e é um grande salto geracional no campo de mísseis”.
A propaganda iraniana também garantiu que o míssil “pode contornar os sistemas de mísseis antibalísticos mais avançados dos Estados Unidos e do regime sionista, incluindo o Domo de Ferro de Israel”.
Espera-se que a velocidade máxima do Fattah atinja a marca de 15.000 km/h.
Apesar das objeções dos Estados Unidos e da Europa, o Irã anunciou sua intenção de continuar aprimorando seu programa de mísseis defensivos.
Em 2018, o então presidente americano Donald Trump decidiu abandonar um pacto nuclear assinado por Teerã (capital do Irã) juntamente com outras seis potências três anos antes.
Com a saída desse acordo, os Estados Unidos voltaram a impor sanções ao Irã, que, por sua vez, retomou seu programa nuclear.
Embora o Irã negue qualquer intenção de desenvolver armas nucleares, a possibilidade de adquirir essa tecnologia preocupa os Estados Unidos, a Europa e Israel.
As negociações entre Teerã e Joe Biden para a retomada do acordo estão paralisadas desde setembro do ano passado.
Israel, que não é reconhecido pelo Irã, se opõe aos esforços para reviver o acordo e ameaça tomar medidas militares caso as tentativas diplomáticas falhem.
Os modelos de mísseis hipersônicos são estudados desde a Guerra Fria e já foram consideradas armas “invencíveis” pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Em dezembro de 2022, após anos de um desenvolvimento conturbado, os Estados Unidos realizaram o primeiro teste completo de um míssil hipersônico.
No entanto, em março, a Força Aérea americana cancelou o programa principal devido a uma nova falha nos testes do AGM-183A ARRW (sigla em inglês para “Arma de Reação Rápida Lançada do Ar”).
A Rússia já possui em operação o planador hipersônico Avangard, que tem a capacidade de transportar uma ogiva nuclear.
Além disso, a Rússia também desenvolveu o míssil de cruzeiro hipersônico 'Tsirko', projetado para ser lançado por navios e atingir alvos marítimos em altitudes mais baixas.
Outra arma russa é o 'Kinjal', que é um míssil balístico lançado por aeronaves e que já foi utilizado na Guerra da Ucrânia.