No dia 30/8, cerca de 200 balsas de garimpeiros foram queimadas pelos agentes de segurança que participaram de uma operação no Rio Madeira, no Amaonas.
Muitas pessoas questionam por que, em vez de destruir, os fiscais não apreendem esses meios de transporte, que custam caro, e poderiam ser utilizados.
O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) explicou que a retirada de maquinário pesado de terras indígenas é inviável do ponto de vista logístico.
Até por isso, a lei e a justiça autorizam a destruição dos equipamentos.
O uso de aviões ou helicópteros dos criminosos é considerado inseguro porque, muitas vezes, a manutenção correta é negligenciada.
O fato é que a destruição de equipamentos causa um impacto financeiro nos garimpeiros que desestimula a tentativa de novas ilegalidades.
Pontos de mineração ilegal vêm sendo descobertos durante sobrevoos. Este aí ficava a 15 km da comunidade dos indígenas Moxihatëtë. E foi destruído.
A comunidade indígena do povo Moxihatëtë já era conhecida e monitorada pela Funai havia 12 anos.
Eles vivem em total isolamento, sem contato com outros indígenas ou não indígenas, e sobrevivem exclusivamente do que cultivam e caçam na floresta.
Imagens aéreas têm mostrado áreas gigantescas que foram devastadas pelos criminosos.
Entre outros locais, o Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama instalou uma base de controle no rio Uraricoera para coibir o fluxo de suprimentos para os garimpeiros.
Uma base montada pelos garimpeiros na beira do rio foi explodida.
Os militares conseguem descobrir esses postos escondidos porque usam helicópteros para sobrevoar a região.
Enquanto uma equipe salta para levar os explosivos ao posto, uma outra fica de prontidão em outro helicóptero para se houver necessidade de confronto.
As ações do Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Federal permitem a saída pacífica e voluntária de garimpeiros, antes que haja necessidade de uso da força contra eles.
O governo federal estima que pelo menos 15 mil pessoas viviam de forma ilegal na floresta, devastando e causando morte de indígenas e de animais. Mas este número pode chegar a 40 mil.
Muitos começaram a fugir logo que as forças de segurança chegaram.
A ação ilegal do garimpo causou uma crise humanitária que foi descoberta em janeiro deste ano.
Milhares de indígenas foram encontrados com diferentes tipos de doença, precisando de socorro.
Imagens de crianças e adultos extremamente magros, lembrando de tristes imagens da Segunda Guerra Mundial, repercutem e causam indignação em escala internacional.
O caso era tão grave que foi encaminhado para o Tribunal Penal Internacional, a famosa Corte de Haia.
O Tribunal Internacional julga crimes contra a humanidade e fica na cidade de Haia, na Holanda.
O governo brasileiro descobriu que 120 comunidades estavam sem qualquer assistência de saúde.
Um levantamento mostrou que, só em 2022, 99 crianças Yanomami morreram – a maioria por desnutrição, pneumonia e diarreia. A estimativa é de 570 mortes nos últimos quatro anos.
O governo anunciou a montagem de um hospital de campanha no território indígena, para facilitar o atendimento.
Para isso, homens do Exército fizeram reparos na pista de pouso da base de Surucucu, para a chegada de aeronaves.
Os aviões transportam equipamentos e materiais hospitalares para a assistências a povos indígenas.
E a caça contra o garimpo ilegal continua. Novas explosões devem vir por aí.