Ele é suspeito de má administração e negligência em relação ao colapso das barragens que inundou a cidade há duas semanas, segundo informou o gabinete da procuradoria local.
Além dele, outras sete autoridades também tiveram ordem de prisão. Um dos detidos é um funcionário encarregado dos recursos hídricos.
O cenário caótico aconteceu por conta do rompimento de duas barragens e quatro pontes em Derna, que soma 100 mil habitantes.
O número de desabrigadas ultrapassa 30 mil, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas na Líbia.
Após a tragédia que varreu a região, famílias seguem lidando com as perdas de entes queridos e na busca pelos desaparecidos. “As esperanças de encontrar sobreviventes estão desaparecendo”, disse à Reuters Othman Abduljaleel, ministro da Saúde local.
A tempestade Daniel, além de romper represas, também destruiu edifícios e uma onda de lama tem provocado um caos na região.
O fenômeno é conhecido como'medicane': um furacão do Mediterrâneo.
A Grécia sofreu com os estragos da tempestade no início de setembro. Na sequência, o 'Daniel' chegou à África e avançou para o norte do continente.
A Líbia fica localizada no norte da África e desde 2011 convive com um caos político e disputa pelo poder.
A segunda maior cidade da Líbia, Benghazi também sofreu com a tempestade, assim como outras regiões.
Relatos de autoridades afirmam que a força da água arrastou imóveis, carros e centenas de pessoas em direção ao mar.
O Centro Meteorológico Nacional da Líbia afirmou que se trata de um novo recorde de chuvas.
Os corpos das vítimas, de acordo com informações da imprensa local, apareceram nas ruas, vales e em cima das construções.
Os hospitais da cidade ficaram lotados. Além das vítimas, ouve uma intensa procura por pessoas desaparecidas na região.
Os números de pessoas desaparecidas após a tempestade passou de 20 mil. Apenas dois dos sete pontos de entrada para Derna estavam disponíveis.
O conflito na Líbia: o país foi dividido entre governos adversários depois da queda do ditador Muammar Kadhafi, que ficou 42 anos no poder.
A administração reconhecida hoje pela ONU está localizada em Trípoli. Há uma divisão entre leste e oeste.
Os dois ministros são: Abdul Hamid Dbeibah (Trípoli) com autonomia na parte oeste. Ossama Hamad (Benghazi) fica com o lado leste.
Os governos possuem apoio diferentes ao redor do mundo e enfrentam dificuldades para ser unificado. A eleição de 2021 foi marcada, porém, foi adiada.
A crise política assola a Líbia há uma década. A Itália chegou a enviar uma equipe de defesa civil para ajudar nas operações de resgate.