Saúde

Lula autoriza tratamento de saúde controverso no país


Por Flipar
Ricardo Stuckert/Divulgação

A lei já havia sido proposta pelo então senador Valdir Raupp (MDB-RO), em 2017. Uma reportagem especial do Fantástico exibida no dia 13/08 explicou tudo sobre o polêmico tratamento e o Flipar traz tudo para você!

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Para este tipo de tratamento, emprega-se ozônio, que nada mais é do que um gás – o mesmo que constitui a camada de ozônio, localizada entre 15 e 40 km acima da superfície terrestre.

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No entanto, este gás é instável e portador de uma carga que, segundo especialistas pode causar estragos.

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Em um experimento com dois elásticos, o professor de Química Orgânica Henrique Toma, da USP, mostrou como ficam os objetos depois do contato com o ozônio.

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'Depois de algumas horas, vira um pó. Não vai sobrar nada da borracha', explicou o professor.

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Segundo ele, há um risco do que o ozônio é capaz de fazer dentro do corpo humano, uma vez que esse gás pode “matar todo e qualquer tecido”.

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De acordo com uma explicação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), feita em 2022, o ozônio é um tipo de gás que tem um forte poder de matar bactérias.

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Por ser 'bactericida', isso quer dizer que ele pode eliminar bactérias de um lugar específico, como uma superfície. Por conta disso, o ozônio é frequentemente usado para limpar objetos e para tratar a água em lugares como piscinas.

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Existem algumas especialidades em que o ozônio é aprovado no Brasil, como no ramo da odontologia, mas o uso é externo e feito em uma área controlada, portanto não é introduzido no corpo.

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A ozonioterapia é baseada na aplicação de uma mistura de dois gases: oxigênio e ozônio medicinal.

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A diferença do ozônio é que ele é um gás “impulsivo” e instável. Ele se carrega de energia e tem a tendência a reagir com tudo ao redor.

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Na ozonioterapia aplicada na medicina, geralmente o gás é colocado no corpo através do ouvido, da vagina ou do reto.

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Além disso, outras formas de aplicação podem ser por meio de injeções ou tirando o sangue sangue, misturando com ozônio e depois colocando de volta no corpo.

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A Anvisa já realizou diversos testes na tentativa de aprovar o uso da ozonioterapia, mas nenhum foi considerado consistente.

Marcelo Camargo Agência Brasil

'Foram vários processos protocolados, e nenhum conseguiu comprovar a sua eficácia clínica', diz Anderson de Almeida Pereira, da Anvisa.

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Segundo a Food and Drug Administration (agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos), “a inalação de ozônio pode causar irritação dos pulmões e resultar num edema pulmonar.”

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No site da Associação Brasileira de Ozonioterapia, há uma explicação de que o tratamento pode ser feito para apoiar dores, inflamações crônicas, infecções variadas, feridas e queimaduras, problemas vasculares, derrames cerebrais, esclerose múltipla, tumores malignos e até autismo.

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Em contradição, uma nota divulgada pelo órgão declarou que “a entidade não indica ozonioterapia para diversas patologias que ainda necessitam de estudos mais robustos.”

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O comunicado foi assinado pelo presidente da entidade, Antônio Teixeira, que considerou como “terrorismo científico” quem diz que o ozônio medicinal é tóxico.

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A ozonioterapia foi inventada no século 19 por cientistas alemães, e a ideia de usá-la para tratar doenças começou a aparecer no começo do século 20. A ideia ganhou mais atenção a partir dos anos 1980.

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Mesmo sendo debatida no ramo da medicina há mais de 100 anos, até hoje não se conseguiu encontrar estudos consistentes que permitem ao tratamento ser considerado seguro e eficaz.

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Apesar de toda a polêmica em torno do assunto e da rejeição do Conselho Federal de Medicina (CFM) à ideia, outros órgãos, como o Conselho Federal de Farmácia, mantiveram o apoio à sanção da lei.

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