Trata-se das “facekinis”, uma máscara que cobre todo o rosto e defende contra os efeitos nocivos do sol e das altas temperaturas.
Com a temperatura subindo acima dos 35ºC na China, muitas pessoas estão aderindo a essas máscaras que deixam só olhos boca e nariz à vista.
Essas máscaras podem ser usadas inclusive na água, assim como trajes de banho convencionais.
Os cidadãos da China têm adotado o uso dos facekinis durante o verão há alguns anos, e esses acessórios são confeccionados a partir de materiais leves.
As máscaras contam até mesmo com tecnologias de resistência aos raios ultravioleta.
Frequentemente, as facekinis são usadas em conjunto com outros acessórios de proteção contra o calor, como blusas de manga longa, chapéus, dispositivos portáteis de ventilação, guarda-sóis e óculos.
Esses acessórios são adotados de forma conjunta para prevenir queimaduras e desconforto térmico.
A Organização Meteorológica Mundial emitiu um alerta em julho destacando que as temperaturas extremamente elevadas vêm causando estragos no Hemisfério Norte.
Esse fenômeno é atribuído ao aquecimento global decorrente das mudanças climáticas que o planeta tem enfrentado.
O órgão lembrou ainda que as altas temperaturas representam um perigo para o corpo humano, aumentando as chances de ataques cardíacos, doenças de pele e até mortes.
Outra preocupação são os incêndios, que nos últimos anos vêm assolando os EUA, Canadá e países da Europa.
Além da China, as facekinis também têm se tornado populares em países vizinhos, como a Coreia do Sul.
“A principal preocupação que tenho são as possíveis doenças de pele ou o aparecimento de manchas solares”, disse a estudante Li Xuyan, de 17 anos.
Nas Montanhas Flamejantes, em Xinjiang, o lugar mais quente do país, a sensação térmica chegou a impressionantes 80°C no mês de julho.
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse que “o calor extremo está afetando duramente as pessoas menos capazes de lidar com suas consequências, como os idosos, os bebês e as crianças, assim como os pobres e as pessoas sem-teto”.
Segundo dados de temperatura do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, julho foi o mês mais quente da história do planeta.
De acordo com o órgão, as temperaturas diárias ao longo do mês ficaram entre 0,56°C e 1,02°C acima da média (de 1979 a 2000).
A agência é ligada à Administração Oceânica e Atmosférica (“Noaa”, na sigla em inglês), uma das maiores autoridades do mundo em monitoramento do clima.
Aliás, o mês de julho foi marcado por uma sequência de três recordes de calor seguidos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, fez questão de dizer que o ser humano é o maior culpado pela crise e que não faltaram alertas emitidos por cientistas.
Uma das frases mais emblemáticas ditas pelo secretário foi: “a era do aquecimento global está acabando; a era da fervura global chegou'.
'A menos que fechemos a torneira das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, 2023 parecerá frio quando estivermos em 2033 ou 2043', destacou a vice-diretora do Serviço de Mudança Climática do Copernicus, Samantha Burgess.