Em julho, a ativista foi condenada a pagar uma multa por desobedecer à polícia durante uma manifestação que bloqueou o porto de Malmö, no sul da Suécia. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu.
Ela compareceu ao tribunal na manhã de 24/7 e não aceitou responder às perguntas da imprensa.
De acordo com a acusação, durante o protesto, Thunberg participou de um ato que interrompeu o fluxo de trânsito e se recusou a seguir as ordens da polícia, que pedia que ela deixasse o local.
Ao ser questionada sobre as acusações, Thunberg afirmou no tribunal: 'É correto que eu estava naquele lugar naquele dia, e é correto que recebi uma ordem que não dei ouvidos, mas quero negar o crime'.
Thunberg defendeu que sua ação foi movida pela 'necessidade de agir por conta da emergência climática”.
O tribunal impôs a ela uma multa de 1.500 coroas suecas (equivalente a US$ 144 ou R$ 687 na cotação atual) e a obrigou a pagar 1.000 coroas suecas (aproximadamente US$ 96 ou R$ 458) para um fundo sueco de assistência a vítimas de crimes.
O protesto em questão foi organizado pela ONG ambientalista 'Ta Tillbaka Framtiden', que em tradução significa 'Reivindique o Futuro'.
Na ocasião, os ativistas bloquearam a entrada e a saída do porto de Malmö em oposição ao uso de combustíveis fósseis.
No Instagram, Greta Thunberg explicou: 'Optamos por não ser espectadores e paramos fisicamente as infraestruturas de combustíveis fósseis. Nos reapropriamos do futuro”.
Após a condenação de Greta, a ONG 'Ta Tillbaka Framtiden' reafirmou sua intenção de combater a indústria de combustíveis fósseis.
'Se o tribunal decidir considerar nossa ação (interromper o trânsito) um crime, eles podem fazê-lo, mas sabemos que temos o direito de viver, e a indústria de combustíveis fósseis viola esse direito', declarou um dos membros.
Seis ativistas da organização ainda enfrentarão julgamento em relação à ação no porto de Malmö.
'Nós, jovens, não vamos esperar, vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para travar esta indústria que queima as nossas vidas', acrescentou o ativista.
Greta Thunberg ganhou os noticiários em 2018 quando, aos 15 anos, começou a faltar às aulas nas sextas-feiras para protestar em frente ao Parlamento sueco.
Em questão de meses, sua iniciativa conquistou jovens de várias partes do mundo, dando origem ao movimento 'Fridays for Future' (Sextas-Feiras pelo Futuro).
Além de liderar comícios e manifestações, Greta Thunberg não hesita em criticar duramente governos de vários países por sua inércia e falta de ação diante das questões climáticas.
Mundialmente conhecida, Greta já discursou nas Nações Unidas e teve encontros com diversos chefes de Estado.
Ela contou que ouviu falar sobre aquecimento global pela primeira vez aos oito anos de idade e disse ter ficado assustada com a falta de ação dos adultos.
Greta é portadora da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Ela foi diagnosticada quando tinha 11 anos.
Um dia antes de ser nomeada “Pessoa do Ano” pela revista Time, em 2019, Greta se envolveu em uma polêmica com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na época, ele criticou o espaço dado pela mídia à ativista depois que um vídeo sobre a morte de indígenas brasileiros compartilhado pela sueca ganhou destaque internacional.
“É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha', declarou Bolsonaro na ocasião. Momentos depois, Greta ironizou e mudou seu perfil no Twitter para “pirralha”.
Em outra oportunidade, Greta se envolveu em uma treta com o ex-campeão de kickboxing Andrew Tate.
Tudo começou quando ele fez uma publicação nas redes sociais provocando a ativista ao exibir sua coleção de 33 carros. “Por favor, me passa seu e-mail para que eu possa enviar uma lista completa da minha coleção de carros e suas respectivas emissões enormes', escreveu.
Greta não ficou calada. 'Sim, por favor, me esclareça. Me mande um e-mail para energiadepenispequeno@arrumeoquefazer.com', respondeu.
Um dia depois da troca de provocações, Tate e o irmão foram presos na Romênia acusados de estupro e tráfico humano.