Para aproveitar o burburinho, Adriana Ferreira dos Santos resolveu produzir e vender acarajés cor de rosa, em homenagem ao filme da boneca mais famosa do mundo. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu
O acarajé é uma especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira, sendo um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. A adaptação do quitute pensado por Adriana utiliza anilina - um corante usado em confeitaria.
O quitute, porém, gerou polêmica e virou alvo de críticas, principalmente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM).
A presidente da Associação, Rita Santos, considerou o quitute rosa um desrespeito à cultura negra e à tradição das baianas. Para ela, o bolinho colorido não respeita o simbolismo da iguaria.
Rita se mostrou bastante revoltada nas redes sociais da ABAM: 'Vamos respeitar o que é nosso, vamos respeitar um patrimônio que é nacional. É uma brincadeira de mau gosto que não deveria ter sido feita'.
Rita ainda argumenta que nem sequer considera a vendedora uma autêntica baiana, e muito menos o quitute vendido por Adriana como acarajé. “Para mim, é um bolinho de feijão.” – afirmou em vídeo publicado no perfil da ABAM.
Ela defende que é função das baianas valorizar e preservar a cultura e os antepassados, e que Adriana só está vendendo os quitutes por interesses financeiros, e não por tradição.
O ofício das baianas do acarajé é decretado como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Na cultura do candomblé, o acarajé é considerado uma comida sagrada e faz parte de ritual religioso em oferta aos orixás, principalmente a Xangô (Alafin, rei de Oyó) e à sua mulher, a rainha Oiá (Iansã).
Por outro lado, Adriana se defende dizendo que a mudança de cor do bolinho não interferiu na qualidade do produto. Ela pediu desculpas para quem se incomodou com a invenção e afirmou que sempre tenta inovar porque ela e a família dependem da venda dos quitutes.
'É uma brincadeira pela estreia do filme. Só vamos fazer essa semana. De forma nenhuma isso afeta as tradições. Eu gosto de inovar. Sempre prezo pela qualidade e em como levar meu produto até eles (clientes)', contou.
Adriana disse que faria até um sorteio nas redes sociais, permitindo que os fãs mais sortudos pudessem experimentar a iguaria da Barbie.
A novidade atraiu várias pessoas para o perfil da vendedora que tem mais de 100 mil seguidores na rede social.
A dona do Acarajé da Drica também contratou mulheres para se vestirem como Barbie e tirarem fotos com os clientes em dois pontos, nos bairros de Paripe e Itapuã, em Salvador.
Há 15 anos, Drica ficou conhecida por vender acarajé e abará em uma barca de sushi. Ela tenta sempre criar algo para chamar a atenção, fugindo do lugar comum.