Ele sobreviveu bebendo água da chuva e comendo peixe cru. O homem estava acompanhado por sua cadela Bella.
Shaddock partiu do México em direção à Polinésia Francesa em abril de 2023.
Uma tempestade teria danificado o sistema eletrônico do barco, que falhou, deixando o marinheiro e a cadela isolados no meio do oceano.
O australiano contou que usou o sol para destilar água do mar.
Bella foi uma fonte de companhia e apoio para Shaddock, e ele disse que não teria sobrevivido sem ela.
Shaddock foi resgatado por um helicóptero que acompanhava uma traineira de atum.
Ele foi levado para um hospital no México, onde foi tratado por desidratação e exposição ao sol.
Apesar dos 20 dias à deriva, os socorristas disseram que o estado de saúde do australiano era considerado bom no momento do resgate.
Em entrevista à imprensa australiana, um médico que participou do resgate disse que o marinheiro gozava de “sinais vitais normais”.
“Só estou precisando de descanso e boa alimentação, porque estou sozinho no mar há muito tempo. Fora isso, estou muito bem de saúde”, relatou o homem.
Um professor de fisiologia humana do Laboratório de Ambientes Extremos (ELA) disse que as chances de Tim Shaddock ser encontrado por um helicóptero no meio do Oceano Pacífico eram 'equivalentes a encontrar uma agulha em um palheiro'.
Ele disse que a sobrevivência de Shaddock foi uma combinação de sorte e habilidade.
“As pessoas precisam avaliar quão pequeno é o barco e quão vasto é o Pacífico. As chances de alguém ser encontrado são muito pequenas”, ressaltou o professor.
O professor também destacou que a presença da cadela pode ter ajudado na sobrevivência do australiano.
Segundo ele, em um momento como esse, a questão mental é tão importante quanto a física e ter o cãozinho por perto pode ter amenizado isso.
O marinheiro trabalhava com tecnologia da informação antes de se aposentar e passar a viver de caminhadas e passeios de barco.
O australiano foi diagnosticado com câncer no intestino há 20 anos e, segundo ele, conseguiu superar a doença por conta de uma dieta com alimentos crus.
“Quando minha saúde estava em estágio crítico, eu fazia muito jejum. Lembro de passar mais de três meses vivendo apenas de suco de vegetais verdes”, revelou o australiano.
Em janeiro de 2014, um incidente ainda mais impressionante foi relatado. O salvadorenho José Salvador Alvarenga foi resgatado nas Ilhas Marshall após sobreviver cerca de 13 meses em alto mar.
O homem disse que comeu aves e peixes crus, além de ter bebido sangue de tartaruga, sua própria urina e água da chuva. Dietinha leve, não?