Naira Trindade
postado em 09/02/2015 08:00
Detentoras de um orçamento de mais de R$ 66 milhões e sem necessidade de prestar conta dos gastos dos recursos públicos, fundações partidárias viram cabides de emprego para políticos derrotados nas urnas. Sem mandato, ex-deputados, ex-ministros e até um ex-candidato à vice-presidência da República foram realocados em cargos ; muitos deles remunerados ; dentro das instituições para defender, nos próximos anos, as ideologias das siglas de que participam.
Presidida anteriormente pelo ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, a Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, passou a ser comandada pelo ex-ministro da pasta Moreira Franco. Peemedebistas dizem que a função não é remunerada. Porém, o presidente da fundação terá nas mãos um orçamento de, pelo menos, R$ 8 milhões para deliberar. Esse foi o valor repassado pelo fundo partidário em 2013, quando o PMDB recebeu R$ 43.433.316,47.

Cada um dos 32 partidos mantém seu estatuto e, nele, as regras de repasses para as fundações partidárias. Essas instituições são livres para remunerar ou não os dirigentes, a depender do que rezam os termos delas. No caso do PSB, por exemplo, o vice-candidato à Presidência da República derrotado nas urnas pela chapa encabeçada por Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque (RS), vai receber salário ao assumir o cargo de vice da Fundação João Mangabeira. ;Ele precisa se manter;, contou um socialista.
A principal cadeira do instituto, porém, deve continuar com Renato Casagrande, eleito presidente no fim do ano passado. Em 2013, a instituição contou com um orçamento de R$ 4.829.857,66. Os dados são de 2013, porque os valores de 2014 só serão repassados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em abril. A quantia da remuneração salarial dos cargos não foi informada pela instituição.
Na Fundação Leonel Brizola e Alberto Pasqualini, ligada ao PDT, a nova direção só deve ser definida em março, com a eleição da direção do partido. Atualmente, a fundação é presidida pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias. Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, está prevista a troca da presidência. Porém, desde que assumiu o ministério, Manoel Dias continua assinando os cheques da fundação, mesmo estando à frente da pasta.
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