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Milhares de pessoas formam corrente humana contra Putin

Agência France-Presse
postado em 26/02/2012 12:36
Moscou - A oposição russa mobilizou milhares de pessoas neste domingo, em Moscou, para formar uma corrente humana na avenida central sob o lema "Não vamos deixar Putin entrar no Kremlin, faltando uma semana para as eleições presidenciais de 4 de março.

Os manifestantes formaram uma corrente praticamente ininterrupta ao longo desta avenida de 16 km.

Muitos usavam fitas brancas no peito e outros símbolos desta cor, escolhida pela oposição como símbolo da contestação desde as manifestações de dezembro.

A polícia de Moscou afirmou que havia 11.000 participantes e a oposição 30.000.

Um dos líderes da oposição liberal, Boris Nemtsov, expressou sua satisfação por este "círculo branco" em torno de Moscou.

"Não vamos deixar Putin entrar no Kremlin", declarou, em uma entrevista ao canal de televisão privada Dojd, um dos poucos meios de comunicação a cobrir o protesto.

Alexei Navalny, um líder nacionalista carismático e militante anticorrupção, o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, comprometido há anos com a oposição liberal russa, o escritor Boris Akunin e o líder de extrema-esquerda Sergei Udaltsov também participaram na manifestação.

A polícia estava mobilizada em cada praça da cidade e helicópteros sobrevoavam a manifestação, constaram os jornalistas.

Segundo a agência Interfax, uma corrente humana paralela foi formada por manifestantes pró-Putin em uma parte da avenida. "Putin ama todo mundo", afirmavam em seus cartazes enfeitados com um coração.

Outra manifestação, convocada pelo partido opositor Iabloko, reuniu neste domingo 3.000 pessoas em São Petersburgo, segundo a estimativa de uma jornalista da AFP.

No sábado, milhares de russos também se manifestaram em São Petersburgo por uma "Rússia sem Putin".

Entre 2.000 e 4.000 pessoas, segundo estimativas de uma correspondente da AFP no local, se reuniram na praça Koniuschennaia, no centro da cidade.

Kasparov, Udaltsov e o advogado Alexei Navalny, um líder nacionalista carismático e lutador contra a corrupção, lideravam o cortejo.

A Rússia celebrará em 4 de março eleições presidenciais num clima de contestação sem precedentes desde a chegada de Putin ao poder há uma década.

Putin continua sendo o homem forte do país, depois de ter passado a presidência para Dimitri Medvedev por não poder se apresentar um terceiro mandato consecutivo.

Os opositores pedem que se vote contra Putin nas eleições, mas, segundo as pesquisas, o ex-agente da KGB, que foi presidente de 2000 a 2008, deve conseguir a vitória no primeiro turno.

As pesquisas concedem a ele entre 50 e 66% das intenções de voto, o que torna muito provável sua eleição no primeiro turno.

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