Estudantes que pretendem se candidatar às novas bolsas de graduação pelo Ciência sem Fronteiras, , reclamam de uma nova exigência incluída nos editais: a nota mínima de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde o início do programa esse era um dos critérios classificatórios. Nas últimas chamadas, porém, o desempenho no exame passou a ser eliminatório.
As novas chamadas são para graduação sanduíche no Canadá, Alemanha, Estados Unidos, Hungria e Japão. As inscrições vão de 4 de junho a 8 de julho. Os bolsistas selecionados iniciarão as atividades no exterior no meio de 2014. Os editais exigem que a pontuação superior a 600 tenha sido adquirida em exame realizado após 2009.
O site do Ciência sem Fronteiras orientava os estudantes que não tivessem feito a prova nesse período a se inscreverem no Enem 2013, mas as chamadas foram publicadas em 23 de maio e as inscrições para o exame deste ano se encerraram apenas quatro dias depois, em 27 de maio.
O estudante do 6; semestre de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Hindenburg de Alencar, 21 anos, não concorda com o critério de seleção exigido pelo programa. Para ele, os estudantes deveriam ter sido avisados com mais antecedência para que pudessem se preparar para o novo edital. "Eu acho que foi uma decisão precipitada por parte do governo", diz.
O jovem, que pretende se candidatar para uma bolsa nos Estados Unidos, acredita que o Enem não é forma mais adequada de avaliar o aluno, uma vez que é uma certificação de ensino médio e as vagas são para estudantes do esino superior. O histórico na universidade, na opinião dele, funciona melhor para esse tipo de seleção.
Em nota, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou que o governo federal não abre mão do Enem como o principal critério de seleção de candidatos a bolsas de estudo no programa Ciência sem Fronteiras. O governo considera que o exame não é apenas um indicador de qualidade para o ensino médio, mas também um dos instrumentos de política pública voltado a permitir maior democratização das oportunidades de acesso ao ensino superior.
O órgão acrescenta ainda que o Enem passou a ser utilizado pelas instituições estrangeiras com parâmetro de qualidade para a aceitação e alocação dos estudantes brasileiros em seus cursos.
[SAIBAMAIS]Balanço
O Ciência sem Fronteiras já concedeu 41.133 bolsas de estudos desde 2011 e mais de 19 mil estudantes estão no exterior. Outros 17.282 candidatos foram selecionados em chamadas este ano. A meta do programa é oferecer 101 mil bolsas de estudo no exterior.
Confira a íntegra da nota divulgada pela Capes
"O governo federal não abre mão do ENEM como o principal critério de seleção de candidatos à bolsa de estudo no programa Ciência sem Fronteiras, uma vez que o referido exame não é apenas um indicador de qualidade para o ensino médio, mas também um dos instrumentos de política pública voltado a permitir maior democratização das oportunidades de acesso ao ensino superior. O governo federal acredita que não há critério mais democrático que o Enem. Desde 2009, 9,8 milhões de pessoas participaram do Enem.
Além disso, o ENEM também passou a ser utilizado pelas instituições estrangeiras com parâmetro de qualidade para a aceitação e alocação dos estudantes brasileiros em seus cursos.
Programa Ciência sem Fronteiras"