Economia

TCU reavaliará parecer técnico que aprovava licitação superfaturada do MJ

Depois da denúncia do Correio, TCU admite rever parecer que aprovava licitação para compra de veículos com escâneres

postado em 01/08/2014 07:00

Depois da denúncia do Correio, TCU admite rever parecer que aprovava 
licitação para compra de veículos com escâneres

O Tribunal de Contas da União (TCU) voltou atrás e reavaliará um parecer técnico que já estava pronto e referendava a licitação do Ministério da Justiça suspeita de superfaturamento na compra de veículos com geradores de imagens a serem usados na segurança das fronteiras. A decisão foi tomada ontem pelo relator do caso, o ministro José Jorge, um dia após o Correio revelar, com exclusividade, os questionamentos em torno do pregão internacional milionário realizado em 2 de julho com apenas um participante, a empresa norte-americana American Science & Engineering (AS).

O processo chegou ao gabinete de José Jorge há duas semanas, no início da manhã de 18 de julho. Por telefone, ele confessou ontem que nem mesmo conhecia o caso. ;Estou sabendo dessa história agora, mas já mandei a área técnica ver direito isso;, comentou. Segundo o ministro, havia um parecer pronto para ser levado ao plenário da Corte, indicando a normalidade do processo licitatório interrompido após acusações de sobrepreço e favorecimento. ;O parecer era favorável, dizia que estava tudo normal, mas merece uma revisão;, reforçou.



Em tese, quando provocado a investigar algum caso específico, o TCU deve acionar os órgãos públicos envolvidos, cobrando deles esclarecimentos, para a partir daí definir os desdobramentos. O chefe de gabinete de José Jorge, Marcelo Martins Pimentel, informou à reportagem, no entanto, que o Ministério da Justiça não tinha sido nem mesmo procurado para a elaboração do parecer técnico que serviria de base ao posicionamento do ministro. ;Vamos procurar informações no ministério. É uma situação bem complexa;, disse.

O governo brasileiro aceitou pagar pelos equipamentos de segurança o valor unitário de US$ 1.494.672,78. O preço é 135% superior ao praticado no mercado dos Estados Unidos, sede da AS, que ontem, mais uma vez, não se pronunciou sobre o assunto. A União previu a aquisição inicial de 44 veículos, podendo chegar a 220: ou seja, o contrato teria potencial de R$ 725 milhões. O mesmo produto negociado no Brasil custa US$ 685,8 mil nos EUA. Com o desconto para grandes compras, o preço cai para US$ 634,5 mil. A importação proveniente de licitação internacional é isenta de impostos.

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