Economia

Impostos e lucro: eletrônicos no Brasil estão entre os mais caros do mundo

A carga tributária sobre alguns desses equipamentos passa de 70% do valor de prateleira. Arte interativa mostra a tributação de alguns dos mais desejados aparelhos

Antonio Temóteo
postado em 04/11/2013 06:00
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Cobiçados mundialmente, os produtos eletrônicos de alto valor agregado estão no topo da lista dos sonhos de consumo do brasileiro. De olho no potencial de compra de uma parcela da população que ascendeu socialmente na última década, empresas estrangeiras e nacionais têm investido pesado na importação e na fabricação de tablets, smartphones, videogames e gadgets. Mas alguns dos itens vendidos no Brasil estão entre os mais caros do planeta. O fenômeno se deve à desvalorização do real, às margens de lucro abusivas do varejo e ao peso dos impostos.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indica que a carga tributária sobre alguns desses equipamentos passa de 70% do seu valor de prateleira. Há casos em que, além das taxas cobradas habitualmente, incidem impostos de importação pesados. Assim, certos produtos de marca conhecida atingem facilmente o seu preço máximo. É o caso da Apple. O iPhone 5 vendido aqui é o mais caro do mundo, e o iPad, o segundo. O celular de 16GB custa US$ 1.030 (R$ 2.299), sendo 63,29% desse valor impostos (veja quadro). Nos Estados Unidos, o aparelho sai por US$ 640.

O tablet modelo básico, com 16GB de memória, sai por US$ 791 (R$ 1.649) e as alíquotas chegam a 39,12%. Nos EUA e no Canadá, o preço é influenciado pelo imposto local, que varia conforme o estado ou a província. Sem ele, um iPad básico custa US$ 499 em lojas norte-americanas. O modelo só é mais caro na Argentina (US$ 1.094).

João Eloi Olenike, presidente do IBPT, acredita que essa é mais uma mostra de como a carga tributária excessiva compromete o desempenho da economia. Para ele, os impostos de importação incentivam o consumidor a viajar para fora. ;É necessário mudar essa política para que o dinheiro gasto no exterior fique no país. Precisamos de mais competitividade para trazer os fabricantes desses equipamentos para o solo brasileiro;, comenta.

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