A vencedora do Nobel de Literatura deste ano, a canadense Alice Munro, não viajará até a Suécia para a cerimônia de entrega do prêmio, marcada para este sábado (7/12). Uma entrevista foi gravada em vídeo e será exibida como alternativa ao discurso que os vencedores fazem na ocasião. O motivo da ausência no evento é a idade da vencedora: 82 anos. O comitê de premiação classificou Munro como uma ;mestre da narrativa breve contemporânea;.
A escritora dedicou-se quase que exclusivamente ao conto, sendo que seu único romance, The view from Castle Rock, trata-se de uma reunião de histórias entrelaçadas pelos mesmos personagens, que se desenrolam de forma paralela. Com 14 livros publicados, ; o último deles, Vida Querida, lançado no Brasil nesta semana pela Cia das Letras ;, ela considera que o prêmio é uma conquista para todos os autores de contos. A explicação, segundo ela, é que os escritores geralmente começam pelo conto para, depois, escreverem o primeiro romance. Em entrevista ao site do Nobel, Munro explicitou sua paixão pelo gênero: ;Eu gostaria que o conto viesse à tona, sem amarras, de modo que não tenha que ser um romance;.
[SAIBAMAIS];O conto é incisivo, crucial. Depois daquele momento, a vida do personagem não será mais a mesma;, define o escritor José Resende Júnior. Mineiro radicado em Brasília há 25 anos, é autor de três livros de contos, sendo que Eu perguntei para o velho se ele queria morrer foi vencedor do prêmio Jabuti em 2010. Seus livros foram publicados pela editora carioca 7Letras. ;Fui recusado por outras editoras não pelo conteúdo, mas pelo fato de serem contos;, explica.
Confira a lista e as designações com que foram contempladas as 13 damas da escrita
Alice Munro em 2013
;Mestre do conto contemporâneo;
"master of the contemporary short story"
Herta Müller em 2009
;Aquela que, com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, retrata a paisagem dos despossuídos"
Doris Lessing em 2007
"O ápice da experiência feminina, que com ceticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização dividida a uma análise"
Elfriede Jelinek em 2004
"Por seu fluxo musical de vozes e contra-vozes em novelas e peças que com zelo linguístico extraordinário revelam o absurdo de clichês da sociedade e seu poder de subjugar os indivíduos"
Wislawa Szymborska em 1996
"Para a poesia que, com precisão irônica, permite que o contexto histórico e biológico se ilumine em fragmentos da realidade humana"
Toni Morrison em 1993
"Aquela que, em romances caracterizados por força visionária e importação poética, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana"
Nadine Gordimer em 1991
"Quem, através de sua magnífica escrita épica tem sido - nas palavras de Alfred Nobel - de grande benefício para a humanidade"
Nelly Sachs em 1966
"Por sua notável escrita lírica e dramática, que interpreta o destino de Israel com força comovente"
Gabriela Mistral em 1945
"Por sua poesia lírica, que, inspirada por emoções fortes, fez do nome dela um símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano"
Pearl Buck em 1938
"Por suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China e por suas obras biográficas"
Sigrid Undset em 1928
"Principalmente por suas descrições poderosas de vida do Norte durante a Idade Média"
Grazia Deledda em 1926
"Por seus escritos idealisticamente inspirados que, com uma clareza plástica, retratam a vida em sua ilha nativa e com profundidade e simpatia lidam com os problemas humanos em geral"
Selma Ottilia Lovisa Lagerl;f em 1909
"Em apreciação pelo idealismo elevado, vívida imaginação e percepção espiritual que caracterizam seus escritos"
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