Elvira Vigna nunca se apropriou dos estilos, ritmos ou dinâmicas dos autores que traduziu . Verter um texto de uma língua para outra, ela defende, é uma espécie de criação. ;Apenas no nível do discurso;, esclarece. Elvira começou a traduzir do francês e do inglês para incrementar a renda. Gosta de se debruçar sobre best-sellers que nunca leria se não fosse a encomenda da editora, mas o desafio mesmo ela encontra em textos ritmados. Elvira cita Instruções, de Neil Gayman, ainda inédito, e Lá em cima da árvore, de Margaret Atwood, como os trabalhos mais difíceis que realizou. ;São livros curtos, pois infantis; mas muito difíceis.;
Para Julián Fuks, o tradutor precisa trabalhar com uma margem de ;encaixe possível;. Especialmente se for escritor. ;O tormento do tradutor é o excesso de limites: as características tão específicas da obra, a língua original sempre inacessível em alguma medida, o idioma da tradução que não comporta o que precisa ser dito. O tormento do escritor, por sua vez, é a falta de qualquer limite. É a ausência de um original a ser reconstituído;, analisa, depois de criticar a romantização do ofício de tradutor.