Cidades

Projeto de escolas com gestão da PM é lançado no CED 1 da Cidade Estrutural

Alunos e professores participaram de cerimônia na quadra de esportes do colégio. Diretora acredita que disciplina trazida pela PM melhorará qualidade do ensino

Augusto Fernandes, Aline Brito*
postado em 11/02/2019 11:38
Policiais conduziram os alunos à quadra de esportes da escola para a execução do Hino Nacional, tocado pela banda da Polícia MilitarCom a volta às aulas da rede pública de ensino, nesta segunda-feira (11/2), quatro escolas do Distrito Federal deram início a um projeto-piloto de gestão compartilhada de colégios pelas Secretarias de Educação e da Segurança Pública. Com a iniciativa, policiais militares cuidarão da organização disciplinar dos centros de ensino. A cerimônia de inauguração aconteceu em uma das unidades escolhidas para dar início à iniciativa: o Centro Educacional (CED) 1, da Cidade Estrutural.

Alunos do 4; ao 7; ano do ensino fundamental participaram do evento. Logo às 9h, policiais os conduziram à quadra de esportes da escola para a execução do Hino Nacional, tocado pela banda da Polícia Militar do Distrito Federal. Na sequência, representantes da corporação e do Governo do Distrito Federal discursaram ao público.

O secretário de Educação, Rafael Parente, disse que o principal objetivo da medida é oferecer educação de excelência para todos. "Essa parceria é fundamental para que tenhamos uma educação de alto nível. Em muitas escolas da nossa cidade falta ordem e disciplina aos alunos, e é a partir deste projeto que queremos mudar essa realidade. Tenho certeza de que será uma experiência exitosa", afirmou.

Na opinião do secretário da Segurança Pública, Anderson Torres, a "militarização" das escolas públicas deve impactar não somente o ambiente das escolas. "Certamente terá efeitos na vida dos pais e das pessoas que convivem no mesmo ambiente que essas crianças. Em pouco tempo, poderemos perceber reflexos até na própria segurança pública. Cuidaremos deste projeto com muito carinho, pois a intenção é ampliar para mais instituições da rede educacional", garantiu.

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"Escola ideal"

Diretora do Centro Educacional, Estela Acioli deu boas-vindas aos militares. "Com a disciplina da Polícia Militar, teremos condições de dar a escola ideal para as nossas crianças. Hoje, estamos transformando um sonho em realidade", disse.

A apresentação do novo modelo deixou os alunos esperançosos. Gabriel Magalhães, 11, que estuda há três anos na escola, foi escolhido para mostrar aos outros estudantes o uniforme que passará a ser utilizado durante o ano letivo. "Todos vão receber quatro camisas brancas até o uniforme do colégio militar chegar. Ter ido lá na frente de todo mundo mostrar as camisas foi um momento muito legal, me senti importante", disse.

Apesar da pouca idade, Gabriel tem planos ambiciosos para o futuro. "Eu quero me dedicar e ir bem na escola militar, me formar como um bom aluno. Depois, quero ser empresário. Vou criar uma empresa de tecnologia", detalhou.

O projeto

Os cerca de 6,9 mil alunos das quatro escolas da rede pública que serão submetidas ao modelo inédito na capital federal contarão com a presença de 20 a 25 policiais militares da reserva ou com restrições médicas que cuidarão das decisões disciplinares e administrativas e ministrarão, no contraturno escolar, disciplinas ligadas à ;cultura cívico-militar;, como ética e cidadania, banda de música, musicalização, esportes e ordem unida. Enquanto isso, professores, orientadores e coordenadores permanecerão responsáveis pelo conteúdo pedagógico das classes.

O Executivo local determinou a mudança na administração do Centro Educacional (CED) 3, em Sobradinho; no CED 1, na Estrutural; no CED 7, em Ceilândia; e no CED 308, no Recanto das Emas. À nomenclatura usual acrescentou-se o termo ;Colégio da Polícia Militar;. Para realizar a escolha dos colégios que receberiam o projeto, o governo levou em consideração o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Mapa da Violência. A ideia é garantir a segurança nos centros e melhorar a educação, a fim de ampliar o acesso dos estudantes às instituições de ensino superior e ao mercado de trabalho.

*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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