Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 19/01/2017 06:00
A rotina de trabalho de Zilmo Antonio Marinho, 55 anos, é dura. Motorista de caminhão há mais de 30 anos, ele trabalha por conta própria, transportando mudanças para cidades da Região Nordeste, além de São Paulo e Goiás. A atividade autônoma garante a liberdade de escolha de fretes. Mas a responsabilidade com o sustento da família, que mora em Vicente Pires, fala mais alto. Como não dá para recusar trabalho, ele negocia os valores diretamente com os clientes e sempre dá um jeito de retornar do destino com alguma carga. Com a terceirização de trechos de rodovias que cortam o estado goiano, no entanto, o custo de tráfego será ainda mais caro. ;Se o pedágio for de R$ 2,10 por eixo, o preço é razoável, mas, se aumentar mais do que isso, ficará complicado;, lamenta Marinho.
O presidente da Agetop, Jayme Rincón, informou que foram realizados estudos para a concessão de 2,6 mil quilômetros de rodoviais estaduais. A agência definiu que a terceirização deveria se estender entre 600km e 800km, mas a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi contratada para fazer a análise dos estudos e atestar a viabilidade econômico-financeira da iniciativa. Após essa etapa, haverá um processo de licitação, que deverá estar concluído neste ano. ;O estado ficará desonerado da manutenção dessas rodovias, mas é ponto pacífico a cobrança de pedágio. O que nós queremos é que o preço cobrado seja um valor de acordo com a realidade socioeconômica de Goiás;, adiantou Jayme.
Ele acrescentou que as rodoviais estaduais pavimentadas que dão acesso ao Distrito Federal recebem atenção especial do órgão. Somente em janeiro, cerca de 25% dessas estradas passaram por manutenção, totalizando 111,3km. A previsão da Agetop é de que, até o fim do ano, sejam reparadas 20 vias que ligam cidades goianas à capital federal. São realizadas obas de conservação na GO-436, nos trechos entre Cristalina e DF e entre Cristalina e Luziânia. ;O estado de Goiás tem 21 mil quilômetros de rodovias, entre pavimentadas e não pavimentadas. A manutenção preventiva e corretiva é rotineira, mas a pior situação é no trecho entre Cristalina e Luziânia, porque assinamos o contrato para serviços de conservação em outubro do ano passado, mas logo em seguida começou o período de chuvas;, detalhou Jayme Rincón.