A Chapada dos Veadeiros, um dos destinos prediletos de brasilienses nos fins de semana, recebe 150 mil visitantes ao ano, atraídos pelas belas cachoeiras e pela possibilidade de fazer passeios empolgantes pelo cerrado ou de praticar esportes radicais. Dois acidentes recentes, no entanto, chamaram a atenção para um aspecto importante em locais aptos para o ecoturismo: os cuidados com segurança. Em 24 de julho, o estudante de agronomia Moacir Kildery dos Reis, 22 anos, morreu afogado na Catarata dos Couros, a 64km de Alto Paraíso (GO), onde se divertia com amigos. Em 19 de junho, um turista de São Paulo se feriu gravemente no mesmo lugar quando fazia tirolesa. A falta de fiscalização em propriedades privadas que trabalham com exploração de cachoeiras e a estrutura precária dos municípios próximos, sem grupamentos de bombeiros próprios, trazem riscos para quem se aventura sem a precaução necessária.
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A professora Dulcineia Pereira, 51 anos, e o filho Raúl moram no estado de São Paulo ; ela em Sorocaba e ele, na capital ; e viajaram à Chapada dos Veadeiros para ficar sete dias conhecendo as diversas paisagens. ;Nós fomos ao Parque Nacional, ao Vale da Lua e às cachoeiras Raizama, dos Saltos, Almécegas I e II. Vimos profissionais de segurança e sinalização em alguns desses lugares, mas não em todos. Acho essencial que esses serviços sejam oferecidos, principalmente nas propriedades que cobram entrada;, defende Dulcineia. ;Nós costumamos fazer passeios como esse com frequência. Gostamos de estar em contato com a natureza e, com o conhecimento, se ganha bom-senso, mas não dá para se descuidar;, acrescenta Raúl.
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Segundo informações da Secretaria de Turismo de Alto Paraíso, existem mais de 120 cachoeiras catalogadas na Chapada dos Veadeiros. A maior parte fica dentro de terrenos particulares. ;É possível afirmar que a maioria não tem salva-vidas e muitas também não contam com manejo de trilha, com sinalização apropriada e corrimão, quando necessário;, explica a secretária da pasta, Uaira Veneziani. Devido à atual legislação, o governo local não pode exigir que os proprietários ofereçam esses serviços, mesmo que eles trabalhem recebendo turistas.
Segundo o prefeito de Alto Paraíso, Alan Barbosa, é estudada a atualização das normas para mudar a situação. ;Outro problema é que o município não teria os recursos para fazer essa fiscalização. O que nos resta, então, é trabalhar para conscientizar os visitantes;, pontua o político. Não há dados sobre quantidade de acidentes em cachoeiras registrados nos últimos anos.
Uma dos aspectos mais críticos da segurança na Chapada dos Veadeiros é a falta de um grupamento de bombeiros nos municípios próximos. Quando ocorre algum acidente ou queimada, o socorro precisa vir da cidade goiana Minaçu, a 180km de Alto Paraíso. O acidente de tirolesa em que o paulista de 25 anos ficou machucado, na Catarata dos Touros, aconteceu às 14h. O atendimento, no entanto, chegou apenas à meia-noite, já que o carro dos socorristas teria quebrado no caminho. Segundo o prefeito de Alto Paraíso, o município negocia a instalação de um batalhão dos bombeiros na localidade, mas ainda não há previsão.
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