A escalada do preço do dólar no Brasil preocupa o setor produtivo e os consumidores do Distrito Federal. Somente em março, a moeda americana subiu 15% em relação ao real. No acumulado do ano, o incremento ultrapassa os 30%. Segundo análise dos setores e de economistas, o impacto nas prateleiras terá mais força a partir do próximo mês, quando os estoques de importados comprados com o dólar mais barato começam a diminuir e acabar. ;Ainda não notamos repasse ao consumidor porque, como o comércio vem com desempenho baixo, muita gente tem estoque;, afirma Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF).
Setores como o de bebidas, turismo e mercado de luxo devem ser os mais afetados pela alta da moeda americana, uma vez que os produtos e os serviços oferecidos estão diretamente atrelados ao dólar. Com a alta, as mercadorias desses segmentos encarecem e ficam menos competitivas, características ruins para tempos de crise e queda no consumo. ;Nosso mercado está parado. Os preços dos pacotes de viagens internacionais sobem com a desvalorização do real. Tem ainda a insegurança do cliente em não poder imaginar qual será o câmbio e o valor das despesas no cartão quando voltar de viagem;, alega Carlos Alberto Vieira, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Distrito Federal (ABAV-DF).
De acordo com Carlos Alberto, algumas empresas de turismo trabalham com câmbio congelado para tentar diminuir o estoque. ;Elas não estão conseguindo vender as viagens que estão bloqueadas. Isso é muito ruim. Nosso produto é volátil, se o voo e o hotel reservados não forem vendidos, temos prejuízo;, explica. O que preocupa ainda mais o setor é que a queda nas viagens internacionais não repercutiu em aumento de demanda pelos destinos domésticos. ;Viajar é o principal sonho de consumo dos brasileiros. Ao mesmo tempo, é o primeiro corte que as pessoas fazem no orçamento doméstico.;
Empresário do ramo de turismo, Igor Heusi, 25 anos, comenta que a agência que administra ainda não sentiu o impacto na venda de pacotes porque a maioria foi adquirida antes da alta expressiva do dólar. ;Os clientes compraram a passagem no ano passado. A dificuldade, agora, é a aquisição dos dólares para a viagem;, comenta. Igor acredita que a agência pode sentir algum resultado da alta do dólar a partir de julho, quando as famílias começam a programar as viagens do fim de ano e de 2016.
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