postado em 11/01/2014 07:49
O assassinato do militar reformado João Carlos Franco de Souza, 66 anos, na 112 Sul, há uma semana, expõe a fragilidade da população frente a um problema cada vez mais preocupante: a incidência de adolescentes envolvidos em crimes registrados no Distrito Federal. Segundo a polícia, quem apertou o gatilho e matou o brigadeiro da Aeronáutica foi um rapaz de 16 anos, morador de Valparaíso de Goiás. Dado divulgado ontem pela Secretaria de Segurança Pública revela que a participação de menores em casos graves de violência aumentou 33% em 2013 comparado ao ano anterior. Um em cada três homicídios e latrocínios registrados no DF tem o envolvimento de crianças e adolescentes.
No ano passado, 5.750 menores envolvidos em crimes foram apreendidos. O diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, é a favor da redução da maioridade penal. Durante a coletiva que divulgou o balanço da criminalidade, na manhã de ontem, ele mencionou o caso do adolescente de 17 anos acusado de cometer quatro atos infracionais análogos a homicídio, em Planaltina. O rapaz acabou apreendido e confirmou a culpa em outros dois assassinatos. ;Digo isso, mas sem satisfação, de que, daqui a alguns meses, ele estará de volta às ruas. E provavelmente vai ser assassinado ou matar mais gente. Precisamos de uma legislação que mantenha fora de circulação, não para se vingar de ninguém, mas para neutralizar esses multirreincidentes em crimes violentos;, ressaltou.
Integrante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Perla Ribeiro diz que as estatísticas devem ampliar a atenção voltada para a juventude. Segundo a especialista, as crianças e os adolescentes infratores não podem ser responsabilizados individualmente. ;A gente sabe que tem muita utilização de adolescentes por adultos em crimes. Por isso, temos que observar esses dados com maior clareza;, assinalou.
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