;Comecei a tocar violão tarde, com 17 anos, mas pelo menos tive o Mestre Gamela como primeiro professor. Fez toda diferença na carreira;. A firmação é do músico mineiro Nelson Faria, que lamentou saber que Sidney Barros, o Mestre Gamela, morreu hoje, em Anápolis, cidade que o acolheu por anos, vítima de uma infecção generalizada, aos 70 anos. Mal sabia Faria que o próprio Gamela iniciou a trajetória no violão com a mesma idade. Desde o início da tarde, quando a morte foi anunciada, o assunto reverbera nas redes sociais, principalmente nas páginas e perfis de músicos.
Antes de passar por Anápolis e Brasília, Gamela ganhou notoriedade por acompanhar populares artistas do passado, como Maysa, Nelson Gonçalves e Angela Maria. Foi na capital federal, porém, que ele acabou por se consagrar, graças ao método de ensino desenvolvido como professor do instrumento que dominava. Entre os adeptos, Zélia Duncan, Cássia Eller, Dado Villa-Lobos e o próprio Nelson Faria, que carrega os ensinamentos do antigo professor nos trabalhos que realiza pelo país e pela Europa.
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Ainda no início da carreira, o aluno Gabriel Ferraz sabe o valor de ter o Mestre como motivador e referência musical: ;Ele quebrava a técnica, causava uma motivação imediata. Além disso, as aulas eram uma terapia;. Como bem definiu Nelson Faria: ;Mestre Gamela era uma figura. Não teremos outra igual;.
O velório inicia ainda hoje, em Anápolis, cidade onde a família do violonista reside. Mestre Gamela será enterrado amanhã, por volta de 13h. Uma enorme comitiva com instrumentistas e músicos brasilienses, além de amigos pessoais, planeja comparecer ao sepultamento e prestar uma última homenagem.