Ana Maria Campos
postado em 17/06/2012 08:19
Na última quarta-feira, o governador Agnelo Queiroz (PT) passou por um momento que ele próprio considera uma prova de fogo, com a força para dividir a sua atuação no comando do Distrito Federal em antes e depois da CPI do Cachoeira. Durante depoimento de 10 horas, o petista foi obrigado a destrinchar temas espinhosos que o desgastam desde a campanha eleitoral. O foco eram acusações de envolvimento no esquema do bicheiro e favorecimento à Delta Construções no DF. Denúncias sobre sua passagem pelo Ministério do Esporte, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a evolução patrimonial, no entanto, acabaram por tornarem-se o centro da participação do governador do DF na investigação do Congresso.Agnelo considera que passou no teste. Em entrevista ao Correio na última sexta-feira, ele diz que sua participação na CPI foi movida por indignação. ;Em vez de fazer uma defesa, fiz uma denúncia do que estava acontecendo aqui já havia algum tempo, uma articulação criminosa, cujo objetivo era derrubar um governador eleito que nunca cedeu às pressões;, sustenta. ;Não permitimos que essa organização fizesse negócio, indicasse gente. Tivemos uma postura de transparência, de auditar os contratos.; Para Agnelo, a iniciativa lhe rendeu inimigos fortes. ;Cada torneira dessas que fecho vou fazendo poderosos adversários;, acredita. Depois de exorcizar temas que lhe causavam desconforto, Agnelo promete um governo mais arrojado. Há um ano e meio no poder e sofrendo ataques sistemáticos na gestão, especialmente direcionadas aos serviços essenciais como saúde, educação e segurança, o governador faz uma autocrítica sobre os atendimentos nos hospitais e prontos-socorros: ;Eu também estou insatisfeito. Sei que essa área precisa melhorar e muito;.