Na última quarta-feira, cerca de 50 pessoas fecharam um dos sentidos da Via Estrutural. Munidos de faixas, paus e pedras, os manifestantes queimaram pneus e impediram a passagem dos motoristas por mais de duas horas. O grupo protestava contra a derrubada de sete casas de luxo na Chácara 126 de Vicente Pires, todas erguidas irregularmente. Mas tudo não passou de uma grande encenação. Os moradores revoltados, na verdade, eram pedreiros contratados por um suposto grileiro de terras da região.
A reportagem do Correio apurou que os homens pagos para se passarem por proprietários indignados com a demolição são operários oriundos da Bahia. Há cerca de seis meses, o empresário do ramo da construção civil Sidney Pereira Lopes mandou buscar os trabalhadores na cidade de Barreiras. Na chácara alvo da ação do GDF, Sidney improvisou um precário alojamento de madeira a fim de abrigá-los. Desde então, o empresário usa o exército de empregados para driblar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2006 entre o Ministério Público do DF (MPDFT) e o GDF. O acordo proíbe novas construções em Vicente Pires enquanto o processo de regularização da cidade não for concluído.