Agência France-Presse
postado em 22/02/2012 10:55
Auckland - O fundador do site Megaupload, indiciado por fraudes e violações dos direitos autorais, objeto de um pedido de extradição da justiça dos Estados Unidos, foi colocado em liberdade sob fiança pela justiça neozelandesa. Kim Schmitz, conhecido como "Kim Dotcom", um alemão de 38 anos, foi detido em 20 de janeiro em uma mansão de Auckland, ao lado de outros três diretores do Megaupload.O juiz Nevin Dawson anulou duas decisões judiciais anteriores que determinavam a manutenção do milionário na prisão, sob o risco de que fugisse do país. Segundo o magistrado, o risco foi atenuado após a apreensão de todos os bens de Dotcom e da descoberta de novas contas bancárias em seu nome. "Tem razões de sobra para ficar com a família e lutar para recuperar seus bens", explicou o juiz.
O alemão teve proibido o acesso à internet e não pode reservar voos de helicóptero. Deve permanecer em sua propriedade de Auckland, exceto em caso de emergência médica. "Sinto-me aliviado de poder voltar para casa e ver minha família, meus três filhos pequenos e minha mulher, que está grávida", declarou Kim Schmitz.
A decisão do juiz neozelandês é um revés para a justiça americana, que deseja a extradição do empresário e de outros três diretores do Megaupload. Todos estão em liberdade sob fiança agora.
Criado em 2005 e instalado em Hong Kong, o Megaupload, que afirmava reunir 50 milhões de usuários diários e representar 4% da rede, foi fechado em 19 de janeiro pela justiça americana. É acusado de ter ganhado 175 milhões de dólares (132 milhões de euros) com atividades delituosas e causado um prejuízo de 500 milhões de dólares aos titulares de direitos ao oferecer cópias piratas dos filmes, programas de tv e outros conteúdos.
Apenas em 2010, Kim Schmitz, cujo estilo de vida é descrito pela imprensa neozelandesa como extravagante - cadillac rosa e piscina de água mineral- teria ganhado 42 milhões de dólares. O pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos deve ser examinado em 20 de agosto. As autoridades americanas indicaram que pedirão uma pena máxima de 20 anos de prisão em caso de processo nos Estados Unidos.