Agência Estado
postado em 15/03/2018 14:25
O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) se colocou contra a avaliação de que a situação da atividade econômica brasileira esteja melhor. Segundo ele, os avanços ainda são pífios em relação ao que foi perdido durante a recessão econômica.
Ciro alertou que a situação brasileira é tão grave e tão difícil de ser resolvida que pode levar a uma "ruptura". "Se é que a gente não está assistindo a essa ruptura no dia-a-dia", disse. "Da redemocratização para cá, nós elegemos quatro presidentes e derrubamos dois. Qual país aguenta isso?", questionou.
Apesar da melhora recente de indicadores econômicos, o político defendeu que a situação não está melhor. "O Brasil precisa mudar, o Brasil está errado. As coisas não estão melhorando. As coisas estão estruturalmente erradas no Brasil", afirmou.
Ciro citou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu pouco no ano passado após perdas consideráveis. Ele também criticou o processo de desindustrialização em curso no País, a elevada taxa de desemprego e o alto nível de informalidade no mercado de trabalho. "Qual sistema previdenciário que funciona no mundo se metade da economia está na informalidade?", questionou.
O pré-candidato criticou a divisão do País em apenas dois grupos "No Brasil não cabe nessa miudice de querer repartir o Brasil entre coxinhas e mortadelas", discursou.
Ele defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, dizendo que é uma "mulher honrada" e que nenhum de seus detratores jamais teve "audácia" de acusá-la de qualquer tipo de crime. Mas criticou as políticas econômicas do governo da petista e de antecessores que agravaram o processo de desindustrialização no País e aumentaram o déficit potencial de produtos manufaturados na balança comercial brasileira.
Na avaliação do pré-candidato, o que está errado no Brasil foi feito para atender a microinteresses em vez dos interesses da maioria. "Estamos todos empurrados pela nossa mídia muito otimista, de que ;a recessão acabou, agora vai;. Não acabou não. Mal comparando, se descemos dez degraus, subimos dois", exemplificou. "Esse país tem cinco pessoas que reúnem a fortuna de 100 milhões de pessoas", lamentou o pré-candidato.