postado em 04/08/2016 06:56
Aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff, estiveram ontem à noite com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para reclamar do que classificam de ;manobra governista; com intenção de antecipar o julgamento do impeachment. Inicialmente, em acerto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lewandowski, em nota, confirmou que a sessão de início da votação ocorreria em 29 de agosto com previsão de término em 2 de setembro. O presidente do STF só vai se manifestar sobre a data na próxima semana.
Na terça-feira, após almoço com o presidente interino, Michel Temer, e com os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Romero Jucá (PMDB-RO), Renan afirmou que o início da sessão de julgamento deveria ocorrer em 25 de agosto. Na tarde de ontem, logo após discussão do relatório do senador Antônio Anastasia, que pede a condenação da petista por crime de responsabilidade, o advogado da presidente, José Eduardo Cardozo, afirmou que a data do julgamento não tem importância. ;Agora, o que me causa espécie é o governo interino agindo para agilizar o processo. Eles têm medo do quê? Do que têm medo aqueles que querem agilizar o processo de impeachment? Que aconteça alguma coisa que saia do controle? É isso?;, indagou Cardozo.
Cardozo, inclusive, chegou a insinuar que uma possível delação do deputado Eduardo Cunha estaria por trás da intenção governista. ;Escutei senadores falando de Eduardo Cunha. Será que é receio de uma delação que possa dinamitar esse processo de impeachment? Não sei;, ironizou. O relatório de Anastasia será votado hoje na comissão especial do impeachment. O documento, se aprovado, será apreciado em plenário na próxima terça-feira. O Palácio do Planalto nega qualquer tipo de interferência no Senado para que a data do julgamento seja alterada.