postado em 28/03/2016 06:05
A um dia da reunião que oficializará a posição do PMDB sobre a permanência no governo, o vice-presidente Michel Temer conduzirá conversas nesta segunda-feira para tentar unificar o partido em torno de um acordo sobre como será feito o desembarque da sigla, dado como certo. Ministros peemedebistas se reunirão com o objetivo de construir uma posição conjunta sobre como proceder diante da decisão do partido, já que defendem a permanência. Enquanto define a saída do governo, o PMDB trabalha na atualização do programa ;Ponte para o futuro;, divulgado no ano passado, que traz um esboço das propostas do governo.
O vice-presidente chegou a Brasília na noite de ontem para conduzir as negociações. Temer viajaria a Portugal no início desta semana, mas cancelou a ida justamente para se dedicar aos ajustes finais da reunião. A intenção é ouvir os resistentes na busca de consenso. Até então, o governo e uma ala de peemedebistas trabalhavam para tentar adiar a reunião marcada para amanhã. O esforço, porém, não surtiu efeito. Diante da quase irreversível decisão do PMDB, ao chegar de viagem de Porto Alegre na noite de ontem, a presidente Dilma Rousseff reuniu ministros para avaliar o cenário e definir como agir.
[SAIBAMAIS]Hoje, o PMDB computa ter votos para uma vitória esmagadora sobre a ala dilmista, principalmente após a decisão favorável do estado do Rio de Janeiro. Entre os titulares do diretório, somente o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani, votará a favor de Dilma. São pelo menos 17diretórios com maioria pela debandada. ;A nossa meta é chegar na unidade absoluta, votar por aclamação;, disse um dirigente peemedebista.
Uma das possibilidades levantadas por integrantes do partido para se tentar firmar um acordo é a de, no lugar de se desfiliarem do partido ; se esta for a opção de algum ministro ; eles tirem uma licença. Mas essa possibilidade enfrenta resistência. ;O partido prevê a desfiliação. Ou ser expulso. Essa hipótese de licenciamento foi levantada por quem quer permanecer, e quem quer o desembarque não topou;, disse o dirigente. Quem quer sair defende a debandada imediata das pastas. Há conversas também no sentido de dar prazo até 12 de abril ; quando se completa um mês desde a convenção da sigla ; para que ministros decidam sair ou ficar. ;Estamos com praticamente tudo ajustado para fazer o acordo selando a unidade. Deve haver uma negociação entre os governistas e os que querem o imediato desembarque;, afirmou o dirigente.
A decisão do Rio de Janeiro, que praticamente selou o destino da reunião de terça, obrigou os ministros a fazerem uma reavaliação do cenário. ;Acho razoável que haja acordo. Consenso é muito difícil;, disse um ministro. ;Acredito que amanhã vamos traçar uma estratégia de como vamos nos comportar na terça e depois. Até agora, nós (os ministros) temos andado alinhados;, disse o titular da Saúde, Marcelo Castro.
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