postado em 20/03/2016 13:38
O índice de rejeição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu o recorde de 57%, segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada ontem. A pior contagem até então havia sido feita em setembro de 1994, quando o petista era rejeitado por 40% da população. Naquele ano, o ex-sindicalista disputou e perdeu as eleições presidenciais contra Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).De acordo com o levantamento do Datafolha, publicado pela Folha de S. Paulo, Lula tem quase metade (49%) de rejeição entre os mais pobres. Já entre os mais ricos, que ganham dez ou mais salários mínimos, o índice atinge 74%. Para 68% da população, Lula só aceitou o cargo de ministro da Casa Civil para não ser preso. O índice contrasta com os 19% que acreditam na versão de que o petista aceitou o cargo para ajudar o governo da presidente Dilma Rousseff.
Em outra análise, 73% das pessoas acham que Dilma agiu mal ao convidar Lula para participar da gestão. Somente 22% concordaram com a iniciativa. Em relação à conduta do petista à frente da pasta, 36% acham que a gestão do ministro deve piorar, enquanto 38% não acreditam em mudanças no governo. O Datafolha mostra que o apoio ao impeachment da presidente Dilma chegou a 68%, oito pontos acima da última medição. O instituto também aponta a ex-senadora Marina Silva liderando todos os cenários de corrida à Presidência em 2018, com intenções de voto que variam de 21% a 24%.O instituto entrevistou 2.794 pessoas entre 17 e 18 de março.
As manifestações contrárias ao ex-presidente não param. Ontem, a sede do PT em Belo Horizonte amanheceu arrombada. Portas, computadores e telefones foram quebrados. Segundo o partido, tentaram colocar fogo na biblioteca e os objetos da recepção, destruídos. Em Brasília, o professor de inglês Luiz Fernando Lycarião, 31 anos, está em greve de fome desde a última quinta-feira. Natural de Varginha (MG), ele está na Praça dos Três Poderes e protesta contra a posse de Lula. Lycarião diz que só voltará a comer quando o Superior Tribunal Federal (STF), decidir definitivamente que Lula não poderá assumir a pasta.
Apelo
No dia seguinte às manifestações a favor do governo Dilma, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, chamou a militância e pediu união para evitar o que ele chama de golpe. A mensagem foi passada em vídeo divulgado na manhã de ontem nas redes sociais. ;A estabilidade se dá com o fim do golpe, com o fim do impeachment e com as mudanças da política econômica que temos apontado;, disse. (JC e Ingrid Borges, especial para o Correio)