O senador Fernando Collor (PTB-AL) xingou de ;filho da puta; o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, em discurso na tribuna do Senado, na última quarta-feira (5/8).
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O insulto ocorreu quando o ex-presidente se defendia das acusações de ter recebido R$ 26 milhões como pagamento de propina em contratos firmados pela BR Distribuidora. Nesta semana, Janot aumentou a ira de Collor, ao pedir para o Supremo Tribunal Federal não devolver os três carros de luxo do senador alagoano, apreendidos ao longo da operação Lava-Jato.
O procurador-geral alega que os veículos foram possivelmente comprados com o dinheiro desviado da Petrobras. Além disso, os automóveis estariam em nomes de empresas, e Collor não teria direito de requerer a devolução.
;As minhas empresas tem contrato social, estão registradas na junta comercial e atividades de acordo com a legislação. Se existem parcelas em atraso, diz respeito a mim e ao credor. Não podendo, em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atrasos se devem a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames;, defendeu-se Collor.
Então, o senador fez uma pausa, e sussurrou: ;Filho da puta". O xingamento começa aos 5 minutos do vídeo.
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Durante o discurso, Collor se diz vítima de um ;festival midiático; provocado por Janot para ganhar visibilidade na tentativa de reeleição para o cargo de procurador-geral da república. ;Não quero ser personagem involuntário de campanha eleitoral que se desenvolve em âmbito no Ministério Público. São partes integrantes do festival midiático que se apoderou de um grupelho na Procuradoria Geral da República;, disparou o senador.
Em eleição realizada nesta quarta-feira (5/8), Janot foi o mais votado pelos procuradores para permanecer no cargo por mais dois anos. A eleição traduz a força do atual procurador-geral, mesmo após críticas de políticos incomodados em ter o nome envolvido nas investigações da Lava-Jato. O presidente do Senado, Renan Calheiros, faz oposição recorrente ao modo como Janot conduz as denúncias contra o esquema de corrupção na Petrobrás.
Além de Janot, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge completam os três primeiros colocados na eleição para procurador-geral. Agora, a presidente Dilma Rousseff deve indicar um desses nomes para assumir o cargo. O candidato ainda será sabatinado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado. Dos 27 integrantes, oito são investigados pela Lava-Jato.
Com aval da CCJ, o candidato segue para aprovação do plenário da casa, em votação secreta. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que vai recomendar para os 11 senadores tucanos apoiarem a reeleição de Janot.