postado em 16/11/2014 08:29
A presidente Dilma Rousseff falou pela primeira vez sobre a nova etapa da Operação Lava-Jato, que resultou até o momento na prisão de 23 pessoas. Em coletiva em Brisbane, na Austrália, Dilma afirmou que a investigação deve mudar para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada. "Eu acho que isso pode, de fato, mudar o país para sempre". A ação foi deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (14/11). Dentre os presos estão o presidente de empreiteiras e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. A investigação apura um esquema de desvio de recursos da estatal e lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
[SAIBAMAIS]Para ela, a investigação é de grande importância, mas ressaltou que a ;questão da Petrobras é uma questão simbólica para o Brasil;. ;Acho que é a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil, que envolve seguimentos privados e públicos;, afirmou. Ressaltou também que os contratos da estatal com as empresas investigadas na operação já estão sendo revistos, mas avisou que não vai haver uma revisão dos acordos envolvendo outras empresas públicas. A presidente ressaltou que "a maioria dos funcionários da Petrobras não é corrupta".
A presidente pregou ainda respeito à liberdade de expressão dos manifestantes que protestaram no sábado (16/11) contra o governo federal, ainda que parte deles clame por uma intervenção militar. "O Brasil tem espaço para a manifestação do que for, mesmo que signifique a volta do golpe (militar). Porque somos hoje, de fato, um país democrático. Um país democrático absorve e processa até propostas mais intolerantes. O Brasil tem essa capacidade de absorver e processar", avaliou.
Dilma afirmou ainda que os possíveis desdobramentos políticos da Operação Lava-Jato não influenciam em nada o apoio do Congresso ao governo. Acompanhando o encontro do G20, a presidente não entrou em detalhes sobre a reforma ministerial.
"Juízo Final"
Cinco pessoas com mandado de prisão expedido na Operação Lava-Jato, entre elas a cúpula da construtora Camargo Corrêa, se entregaram à Polícia Federal entre o fim da noite de sexta-feira (14/11) e este sábado (15/11). Agora, são 23 os presos na sétima fase das investigações, chamada pela corporação de ;Juízo Final;. Concentrados na Superintendência da PF no Paraná, eles já começaram a prestar depoimento sobre a suposta participação em esquema de corrupção na Petrobras.
Com informações da France Presse