Paulo de Tarso Lyra
postado em 21/06/2014 11:46
No dia em que oficializa a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o PT enfrenta a fragilização de suas alianças com o anúncio de ruptura do PTB. O partido que daria 1 minuto e 15 segundos de tempo nas campanhas de rádio e TV já informou aos dirigentes do PT que deixará a legenda e apoiará o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A decisão pegou as lideranças petistas de surpresa. O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse que conversou há 15 dias com o presidente do PTB, Benito Gama, e ele havia confirmado que a parceria estava firme.[SAIBAMAIS]O temor dos petistas é que a decisão do PTB estimule outros insatisfeitos como o PP, PR e PSD a desistir da aliança. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse hoje que espera que o partido ratifique o apoio a Dilma, na convenção do partido, marcada para quarta-feira (25/6). "Fizemos uma consulta aos diretórios estaduais e Por ampla maioria decidiu-se pelo apoio. A convenção é soberana, mas espero que seja essa a decisão que prevaleça", afirmou. Na avaliação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a composição da chapa da presidente não corre risco. "As alianças estão sólidas. Vamos esperar a convenção para a consolidação. O jogo só começa com o horário eleitoral", disse.
Em São Paulo, contudo, Kassab acha difícil uma aliança com o PT. "Estamos afastados, sobretudo na capital. As nossas conversas seguem na linha de uma candidatura própria, ou alianças com PSDB ou, ainda, com o PMDB (Paulo Skaff)", completou o prefeito.
O PTB reclama da dificuldade de montar os palanques regionais e do tratamento que é dado aos parlamentares do partido. O senador Gim Argello (DF) que seria indicado ao Tribunal de Contas da União acabou escanteado pelo governo. Com o fim da parceria, a legenda ficou com uma situação delicada para tratar em Pernambuco, onde o senador Armando Monteiro concorre ao governo na chapa do PT.