postado em 06/08/2012 21:20
Cerca de 2% dos 2.021 juízes da 1; instância do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) foram denunciados por corrupção. Ao abrir nesta segunda-feira (6/8) a inspeção do tribunal, a corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, disse que todos os casos serão apurados para determinar a veracidade das denúncias. Segundo ela, apesar da pequena proporção de casos, os desvios de conduta são um tema preocupante. ;A corrupção, quando não se toma providências, tende a se espraiar;.A ministra destacou, entretanto, que a corregedoria do próprio tribunal tem atuado com firmeza nessas situações. A corregedoria local tem tomado muitas providências e providências sérias;. De acordo com Eliana a maior parte das denúncias mostra conluio de juízes com advogados.
A corregedora falou ao lado do presidente do TJSP, Ivan Sartori. A inspeção no tribunal é a última que será feita sob o comando de Eliana, que já visitou os demais tribunais do país e deixa o comando da corregedoria no início de setembro.
;Efetivamente foi o último tribunal para ter uma abertura maior e aceitar o CNJ;, ressaltou a ministra ao lembrar que teve de enfrentar resistências para fazer a apuração em São Paulo. ;Com a atual administração a corregedoria tem total liberdade de aqui chegar, respeitando a autonomia e independência do tribunal, mas fazendo o nosso trabalho;.
Ivan Sartori disse que também teve de enfrentar resistências para aumentar a transparência do tribunal. ;Hoje, por incrível que pareça, os desembargadores estão junto comigo;. Mas para isso, o presidente do TJSP contou que teve até de retirar servidores de algumas áreas, por serem refratários às mudanças institucionais. ;Aqui havia uma cultura antiga, de funcionários que por ficarem muito tempo naquela função, se achavam donos daquela função;.
Para Sartori, um dos principais desafios agora é solucionar as carências de infraestrutura do tribunal, como a falta de juízes. O que é necessário, de acordo com o presidente, para, por exemplo, agilizar as sentenças. Os atrasos nos julgamentos dos processos são uma das reclamações mais comuns que chegam ao CNJ.