postado em 26/11/2011 08:34
O uso das redes sociais na internet ainda não é uma realidade para a maioria dos congressistas brasileiros. Pesquisa promovida por empresa especializada no setor com os 513 deputados e 81 senadores mostra que a maioria chega a criar perfis seja no microblog Twitter, no Facebook ou até blogs para interagirem com os internautas. No entanto, essas ferramentas muitas vezes são abandonadas. O descaso pode ser percebido no simples ato de responder a um e-mail. Cerca de três em cada quatro deputados não responderam a uma mensagem enviada pela pesquisa, em que foi perguntado sobre como fazer para encontrar mais informações sobre o trabalho deles. No caso dos senadores, 86% não responderam ao questionamento.A falta de atenção por parte dos parlamentares não se limita às mensagens da caixa postal. O levantamento revela que os blogs, uma das ferramentas que possibilitam a interação por meio de comentários por parte dos internautas, também não estão entre as prioridades deles. Os dados mostram que somente um em cada quatro deputados e senadores mantém esse tipo de canal informativo. Dos blogs existentes, pelo menos 27% dos alimentados pelos deputados e 37% pelos senadores estão desatualizados. Em relação aos sites, ficou constatado que a maioria dos parlamentares (52% de deputados e 55% de senadores) não oferece uma lista com a produção legislativa (projetos de lei, propostas e discursos, entre outros). Na avaliação do coordenador da pesquisa, Alexandre Secco, os parlamentares ainda vivem na era do papel.
;Ainda existem políticos que não mantêm sequer um blog ou uma conta de e-mail, vivem isolados do mundo digital, nos tempos da carta e do telefone. Há os que já fincaram os pés nesse mundo, mas ainda usam recursos digitais da mesma forma que usavam santinhos e faixas para disputar eleições, ou seja, como uma via de mão única na qual a participação do eleitor está restrita à contemplação;, ressalta Secco.
Se por um lado há parlamentares que ainda têm receio de usar as redes sociais, por outro há aqueles que se sentem ambientados. Entre os mais influentes na rede estão, pela ordem: ACM Neto (DEM-BA), Dr. Rosinha (PT-PR), Fernando Francischini (PSDB-PR), Geraldo Resende (PMDB-MG), Glauber Braga (PSB-RJ), João Paulo Cunha (PT-SP), Paulo Pimenta (PT- RS) e Zeca Dirceu (PT-PR). O critério utilizado no estabelecimento do ranking levou em conta presença, influência, interatividade, multimídia e audiência.
Seguidores
Apesar de não estar no topo da lista dos mais influentes, o deputado Romário (PSB-RJ) se destacou com o maior número de seguidores no Twitter (241.590). Ele é seguido por Gabriel Chalita (PMDB-SP) com 108.360 e o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), com 56.130. Em relação ao microblog, Anthony Garotinho (PR-RJ) chama atenção por ser o deputado que mais recorre aos 140 caracteres para mandar recados ao eleitor.
Do lado dos senadores, o mais atuante é Aloysio Nunes (PSDB-SP). Segundo a pesquisa, ele se destaca ao recorrer a ferramentas que muitas vezes ainda não são conhecidas pelo eleitor, estimulando assim a participação pela web.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também é considerado como um dos mais assíduo nas redes, com participação intensa no Facebook, YouTube e Twitter. O colega Humberto Costa (PT-PE) se destaca quando o assunto é transparência dos gastos de gabinete e verba indenizatória. O pernambucano é o senador com mais amigos no Facebook. Já a petista Marta Suplicy aposta nos vídeos para deixar recados aos eleitores. Ela é a que tem a maior visualização entre todos os senadores no YouTube. O levantamento foi feito pela empresa Medialogue Digital entre 27 de junho e 9 de setembro deste ano.
Os políticos na web
86% dos senadores e
76% dos deputados não responderam a e-mail
27% dos blogs de deputados e
37% dos de senadores não são alimentados
55% dos senadores e 52% dos deputados não publicam a produção parlamentar na web