postado em 25/08/2011 18:51
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (25/8) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 83% dos gastos sociais nos órgãos federais são de despesas correntes. Gastos com pessoal correspondem a 10,5% e 3,2% são relacionados a investimentos, isto é, à ;ampliação dos equipamentos sociais de escolas, universidades, hospitais, saneamento, creches, asilos etc;, diz o documento.Para o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão, o percentual relacionado às despesas na área social, na execução orçamentária, é muito pequeno ante as necessidades do país. ;Todo o complexo social brasileiro custa apenas 10%. Todo o conjunto de distribuir bolsas, distribuir benefícios sociais, oferecer ensino, oferecer médicos é feito com apenas 10%;, disse.
Os dados fazem parte do estudo Gasto Social Federal (GSF): Uma Análise da Execução Orçamentária de 2010. O levantamento mostra que, mesmo com o aumento de 7% no investimento, houve redução em algumas áreas ante a execução orçamentária de 2009. O GSF atingiu R$ 566 bilhões no ano passado. O valor representa 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Do total de recursos executados na área social, 95,4% foram concentrados em cinco ministérios: Previdência Social (57,3%), Saúde (13,5%), Educação (10,9%), Trabalho e Emprego (9,4%) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (7,9%). De acordo com o estudo, as duas primeiras pastas ;correspondem a transferências quase automáticas, como é o caso de benefícios previdenciários e assistenciais, do abono salarial e seguro-desemprego e do programa Bolsa Família;.
Segundo Abrahão, pela primeira vez, os pagamentos dos gastos sociais não foram prejudicados com a instabilidade econômica mundial, referindo-se à crise financeira de 2009. ;O gasto social nessa crise foi diferente das outras crises. Nas outras crises, o gasto social acompanhou o ciclo de queda e não funcionou a favor de segurar a demanda. Isso dá ideia de enfrentamento;, concluiu.