postado em 10/07/2011 19:58
Antigos comandantes de ministérios que conquistaram a confiança do ex-presidente Lula não ficaram desamparados ao deixarem os cargos quando Dilma Rousseff assumiu o poder. Com cargos bem remunerados e funções que exigem pouco esforço, ex-ministros são conselheiros em estatais e recebem remunerações que chegam a R$ 15 mil para participarem, geralmente, de apenas uma reunião mensal. Além dos ex-ministros, há vagas reservadas para figurões de outras legendas que perderam cargos maiores ou foram para a geladeira depois de se envolverem em escândalos.
Na lista de petistas enrolados, mas não esquecidos pelo partido, está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele é réu em ação por desvio de dinheiro da Bancoop ; o esquema incluiria caixa dois eleitoral. O escândalo lesou cerca de 3 mil pessoas. Denunciado pela tentativa e prática de estelionato, formação de quadrilha ou bando, e falsidade ideológica, Vaccari ocupa uma vaga em Itaipu, considerado a elite dos conselhos, com salário de R$15 mil.
No mesmo conselho estão o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral além do ex-deputado federal Alceu Collares (PDT-RS). Também ex-governador gaúcho, Collares recebeu o agrado depois de declarar apoio à candidatura de Tarso Genro (PT) ao governo do Rio Grande do Sul à revelia do próprio partido. Nome constante no setor elétrico, Antônio Muniz perdeu o cargo de presidente da Eletrobras, mas se manteve como diretor da empresa e compõe a elite do conselho da estatal. Ele e Silas Rondeau, ex-titular de Minas e Energia no governo Lula, são tradicionais aliados do clã Sarney. O ex-ministro é conselheiro da Petrobras, com vencimento de R$ 10 mil.
Salários extras
A remuneração mensal para quem ocupa uma cadeira nos colegiados de empresas públicas não pode ultrapassar 10% do salário médio dos diretores das companhias ; normalmente elevados. O valor incrementa até os salários dos que ainda compõem o primeiro escalão do governo. No caso da Petrobras, por exemplo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é membro do conselho de administração e recebe o mesmo que Rondeau. A esse jetom soma-se o salarial de R$ 26,7 mil do cargo na Esplanada, teto constitucional. O comandante do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, também ultrapassa o piso salarial graças à participação no conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que lhe rende os mesmos R$ 10 mil de Mantega.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, tem assento na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e recebe da estatal pouco mais de R$ 3 mil. Para acabar com a possibilidade de pagamentos de supersalários, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, apresentou projeto no Senado para que nenhum servidor público ganhasse mais do que a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Quem recebe o teto salarial teria de participar gratuitamente dos conselhos. O projeto não conta com o apoio declarado dos parlamentares.
Temer sofre tentativa de assalto
O vice-presidente Michel Temer sofreu uma tentativa de assalto no último dia 1; em São Paulo. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou o episódio ontem e disse que o incidente ocorreu na Avenida Cidade Jardim, quando um homem abordou o carro com socos no vidro da janela do motorista. O assaltante portava uma arma de brinquedo. Ele fugiu antes de ser abordado pelos quatro seguranças da GSI, armados com fuzis e metralhadoras, que saíram dos veículos atrás e à frente do de Temer. Depois do episódio, o comboio seguiu e não foi prestada queixa, por não ter havido violência. No momento do assalto, Temer falava ao telefone e se manteve calmo. A arma de brinquedo, abandonada pelo assaltante, foi apreendida pelos seguranças.