postado em 20/06/2011 08:29
Parte dos parlamentares brasileiros escolheu chamar de Saint John a festa da próxima sexta-feira. Outra parte optou por Saint Jean. Um grupo de parlamentares viajou para os Estados Unidos. Outro, para a Europa. Por isso, nesta semana, não há grandes expectativas quanto à pauta de votações da Câmara dos Deputados e do Senado. ;Como o pessoal do Nordeste avisou que não iria ao Congresso por conta das festas de são-joão nos municípios do interior, as votações importantes ficarão para depois;, comentou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que atendeu o telefone ontem quando se preparava para jantar em Paris. Ajudou também o feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, que deverá reduzir a semana para três dias em boa parte do país.Por causa da ausência dos líderes ; o do PT, Paulo Teixeira (SP), está em Harvard, nos Estados Unidos ;, entraram na pauta da Câmara vários temas polêmicos que o governo não deseja votar e que costumeiramente são barrados. Mas a desculpa para que não sejam submetidos ao plenário, ainda que estejam na pauta,, já está pronta: não haverá deputados suficientes para participar das votações. Os deputados e senadores ;plantonistas;, que não se ausentaram de Brasília, preparam-se para derrubar, por exemplo, a sessão das duas Casas que irá analisar os vetos presidenciais. Assim, mais uma vez, deverá ser adiada a votação do veto que brecou a distribuição dos royalties do petróleo a todos estados.
Pré-sal
O artigo da lei que tratou dos royalties foi vetado pelo governo porque os parlamentares pretendiam distribuir os royalties de áreas do pré-sal já concedidas. A ideia do governo é não mexer nas concessões aprovadas porque os estados produtores contam com esses recursos em seus orçamentos. Mas como os estados produtores são em menor número, o veto deve ser derrubado. Por isso, as sessões do Congresso têm sido convocadas para semanas de pouco movimento. No mês passado, por exemplo, só 23 senadores compareceram à sessão. Para analisar um veto é preciso que haja pelo menos 41.
Na Câmara, estará em análise o projeto que regulamenta a edição de medidas provisórias (MPs), outro texto que o governo não deseja ver apreciado por ora. No almoço com a bancada do PMDB, a presidente Dilma Rousseff afirmou que iria chamar os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para discutir o assunto. Dilma pretende, aliás, o feriadão para tentar pôr a coordenação política do governo nos trilhos, de forma a evitar surpresas daqui a uma semana. Entrará em pauta de votação a MP que deveria acelerar a contratação de obras da Copa do Mundo e terminou por gerar mais turbulência por conta das regras de sigilo das propostas.
Cardozo passa por cirurgia
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, passará uma semana fora de suas funções. Hoje, às 10h, ele será submetido a uma cirurgia de hemorroidas no hospital Sírio-Libanês em São Paulo. No fim de semana, Cardozo, que sofre de anemia, esteve no hospital. Como os médicos constataram melhoras em seu quadro, decidiram marcar para hoje a operação. A previsão é a de que ele retorne ao trabalho na próxima segunda-feira, dia 27. O afastamento por uma semana será anunciado oficialmente hoje. (DR)