Agência France-Presse
postado em 07/04/2017 06:47
Paris, França - A Rússia denunciou o ataque americano contra a Síria, que chamou de "agressão contra um Estado soberano", enquanto os aliados de Washington aplaudiram a primeira operação militar dos Estados Unidos contra o regime de Damasco. O presidente russo Vladimir Putin considera que o bombardeio americano contra uma base aérea do regime sírio é uma "agressão contra um Estado soberano" baseado "em pretextos inventados", afirmou o Kremlin, principal aliado do regime de Bashar al-Assad.
"Esta ação de Washington causa um prejuízo considerável às relações entre Estados Unidos e Rússia, que já se encontram em um estado lamentável", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Irã, outro aliado de Damasco, "condena energicamente" o bombardeio americano. Este ataque vai "ajudar os grupos terroristas que estão em declínio e complica ainda mais a situação na Síria e na região", disse Bahram Ghasemi, porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores.
[SAIBAMAIS]Israel deu apoio "total" aos Estados Unidos, ao considerar que esta é uma "mensagem forte" que Irã e Coreia do Norte devem ouvir, segundo o gabinete do primeiro-ministro. "Israel apoia totalmente a decisão do presidente Trump e espera que esta mensagem de determinação ante a atuação infame do regime de Bashar al-Assad seja ouvida não apenas em Damasco, mas também em Teerã, Pyongyang e além", afirma um comunicado.
O governo britânico "apoia completamente" o ataque dos Estados Unidos. Os bombardeios são "uma resposta apropriada ao ataque bárbaro com armas químicas cometido pelo regime sírio", declarou um porta-voz de Downing Street. Em um comunicado conjunto, o presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel afirmam que o presidente sírio Bashar al-Assad tem "plena responsabilidade" do ataque dos Estados Unidos contra uma base aérea do governo da Síria.
"Uma base militar do regime sírio utilizada para realizar bombardeios químicos foi destruída esta noite por bombardeios americanos (...) Assad tem a plena responsabilidade", afirmam os dirigentes.
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Os bombardeios americanos contra o regime sírio como represália a um suposto ataque químico são "compreensíveis", disse o chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, que pediu uma solução política com a mediação da ONU. A Turquia, que apoia os rebeldes, também considerou "positivo" o ataque americano, nas palavras do vice-primeiro-ministro Numan Kurtulmus. "O regime de (Bashar al) Assad deve ser punido totalmente no plano internacional", disse.
O governo turco também pediu a criação de uma zona de exclusão aérea na Síria. "Para evitar a reprodução deste tipo de massacres (o suposto ataque químico atribuído ao regime) é necessário instaurar o quanto antes uma zona de exclusão aérea e zonas de segurança na Síria", afirmou o porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin.
Outro aliado de peso dos Estados Unidos na região, a Arábia Saudita, elogiou a decisão "corajosa do presidente (Donald) Trump" e disse "apoiar plenamente" os bombardeios, de acordo com um comunicado do ministério das Relações Exteriores. A China pediu a todas as partes que "evitem a deterioração" da situação na Síria e afirmou que é contra o uso de armas químicas por qualquer país, organização ou indivíduo, independente das circunstâncias e do objetivo. O Japão apoiou a "determinação" dos Estados Unidos. O primeiro-ministro Shinzo Abe considerou que o bombardeio americano "tem como objetivo evitar o agravamento da situação".