O ataque a uma boate de Orlando, ocorrido na madrugada deste domingo (12/6) já é o pior atentado a tiros da história dos Estados Unidos. O massacre deixou 50 mortos e 53 feridos, segundo um novo balanço, divulgado neste domingo pelo prefeito da cidade, Buddy Dyer, em um caso que o FBI investiga como "ato terrorista".
[SAIBAMAIS]"É com tristeza que anunciamos que não são 20, e sim 50 mortos, além do atirador", afirmou Dyer sobre o número de vítimas, quase o dobro do anunciado inicialmente. "Outras 53 pessoas estão internadas."
"A situação se tornou uma tomada de reféns", descreveu, mais cedo, o chefe da polícia de Orlando, John Mina, em entrevista coletiva. "Por volta das 5h, foi tomada a decisão de resgatar as pessoas que estavam sendo mantidas no local."
"Em certo momento, o suspeito retornou à boate, onde houve mais disparos", assinalou Mina.
O atirador foi identificado como Omar Mateen, um cidadão americano de origem afegã nascido em 1986, segundo as redes de TV CBS e NBC.
A polícia entrou no local usando explosivos e destruindo a parede com um veículo blindado conhecido como BearCat. O suspeito morreu na troca de tiros, segundo um relato policial.
Mina informou que cerca de 30 pessoas foram resgatadas durante a operação.
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O FBI considera que o suspeito poderia ter uma "inclinação" pelo terrorismo islâmico, motivo pelo qual o caso é investigado como ato terrorista.
O funcionário do alto escalão do FBI Ron Hopper disse que as autoridades não acreditam em uma nova ameaça: "Estamos certos de que não há outra ameaça imediata na área ou no restante do país."
O presidente Barack Obama foi informado do fato por seu conselheiro de Segurança Interna e Contraterrorismo, anunciou a Casa Branca.
A candidata democrata ao governo americano, Hillary Clinton, reagiu no Twitter com uma mensagem publicada em inglês e espanhol: "Acordei com a notícia devastadora da Flórida (...) Meus pensamentos estão com os atingidos por este ato horrível."
O candidato republicano, Donald Trump, citou um "tiroteio terrível". "A polícia investiga possível terrorismo", acrescentou.
O incidente na boate Pulse, centro de Orlando, começou por volta das 2h locais. Segundo testemunhas, um homem abriu fogo com uma arma automática.
"Por volta das 2h, alguém começou a atirar. As pessoas se jogaram no chão", contou um dos clientes, Ricardo Negron, à Sky News. A testemunha disse ter ouvido disparos contínuos por quase um minuto, embora tenha parecido muito mais.
;Saiam e corram!'
A boate Pulse, que se apresenta em seu site como "o bar gay mais quente de Orlando", publicou no Facebook uma última mensagem urgente: "Saiam e corram"
"Tiroteio na Boate Pulse, em S Orange. Várias vítimas. Mantenham-se fora da área", publicou a polícia de Orlando no Twitter.
A testemunha Christopher Hanson disse que ouviu "fortes barulhos de disparos. Não vi os atiradores, apenas corpos caindo quando eu pedia bebida no bar. Caí e fui me arrastando até o lado de fora. As pessoas tentavam escapar", descreveu à rede de TV CNN, acrescentando que "havia sangue por todos os lados".
Rosie Feba estava com uma amiga quando os disparos começaram. "Ela me disse que alguém estava atirando. Todo mundo se jogou no chão", contou ao jornal "Orlando Sentinel". "Disse a ela que não acreditava, achei que fosse parte da música, até que vi fogo saindo da arma."
Este foi o segundo ataque na cidade em pouco mais de 24 horas, depois que a cantora Christina Grimmie, ex-participante do programa de TV "The Voice", foi morta, sexta-feira, por um homem que a atacou após um show.
O teatro onde Christina foi agredida fica a seis quilômetros da boate Pulse.