Paris, França - A França está em guerra e atacará o Estado Islâmico para destruí-lo, afirmou neste sábado (14/11) o primeiro-ministro francês Manuel Valls em referência aos atentados de Paris.
"Quero dizer aos franceses que estamos em guerra (...), Sim, estamos em guerra e vamos atuar e atingir esse inimigo jihadista para destruí-lo na França, na Europa, na Síria e no Iraque", afirmou Valls falando à tv TF1. Ele afirmou ainda que a resposta francesa aos ataques de Paris será "do mesmo nível".
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Atentado
[SAIBAMAIS]Os ataques, começaram quase simultaneamente a partir das 21h20 (18h20 de Brasília), e foram registrados em vários locais, principalmente no leste de Paris. Foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico, em um comunicado na internet, afirmando que a França continuará a ser um de seus principais alvos. "Oito irmãos usando cintos explosivos e armados com fuzis atacaram locais cuidadosamente escolhidos, no coração de Paris", afirma o comunicado, publicado em duas versões, em árabe e em francês. "Que a França e aqueles que seguem seu caminho saibam que permanecerão entre os alvos do Estado Islâmico", acrescentou a organização extremista sunita.
Segundo o comunicado, os ataques de Paris seriam uma resposta aos "bombardeios contra os muçulmanos em terras do califado", um termo geralmente utilizado para designar as regiões do Iraque e da Síria controladas pelo EI.
Os primeiros testemunhos de sobreviventes apontam que os atiradores gritaram "Alá Akbar" (Deus é grande) e citaram a intervenção francesa na Síria para justificar as ações. "Eram pessoas familiarizadas no manuseio de armas de guerra. Eram homens muito determinados, que recarregavam metodicamente suas armas. Sem escrúpulos", relatou Julian Pearce, um jornalista da rádio Europe 1, que estava no Bataclan e descreveu um dos agressores como uma "máquina de matar", que "abatia metodicamente as pessoas caídas no chão".
A escala desta tragédia semeou terror na capital, a duas semanas da Conferência sobre o Clima da ONU em Paris (COP21), onde são esperados mais de uma centena de chefes de Estado e de Governo. A Justiça abriu uma investigação por assassinatos em conexão com o terrorismo sobre esses ataques, os mais mortíferos na Europa desde os atentados islâmicos em Madri, em março de 2004. "A prioridade é identificar os corpos, incluindo os dos terroristas, que em sua maioria foram pulverizados quando explodiram a si mesmos", explicou uma fonte policial à AFP. No campo, equipes de legistas começaram na sexta-feira à noite os trabalhos.