Agência France-Presse
postado em 26/07/2015 11:28
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste domingo que o Quênia renuncie à corrupção e ao tribalismo, durante um discurso no final de sua visita ao país africano, onde seu pai nasceu.
"O Quênia está em uma encruzilhada, um momento cheio de enormes perigos, mas também de enorme promessas", disse Obama a uma multidão entusiasmada no estádio Kasarani em Nairóbi.
"O futuro da África depende dos africanos (...) Creio que por muito tempo muitos olharam pra foram em busca de salvação e culparam os outros pelos problemas do continente", disse Obama.
[SAIBAMAIS]O norte-americano também afirmou que o Quênia deverá tomar decisões difíceis para acabar com "más tradições" como os subornos, a violência doméstica e a discriminação sexual, durante um discurso televisionado em todo o país.
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"A corrupção não é exclusividade do Quênia, mas a realidade é que a corrupção é muito tolerada por aqui porque é como as coisas sempre foram feitas", lamentou. "O fato de que algo faça parte de seu passado não significa que esteja certo".
O presidente também denunciou o tribalismo, considerando que "uma política baseada apenas nos clãs e na etnia é uma política condenada a dividir um país".
Obama também insistiu na necessidade de modificar o papel das mulheres na sociedade. "Tratar as mulheres como cidadãs de segunda classe é uma tradição muito ruim, coloca o país em atraso", lamentou.
Durante grande parte do discurso, Obama tentou manter um contato com os jovens quenianos, uma população crucial num país onde 60% dos habitantes têm menos de 24 anos.
Obama lembrou detalhes de suas viagens anteriores ao Quênia, quando ainda não era presidente: os carros quebrados, a comida tradicional e as malas extraviadas. "Isso não acontece com o Air Force One", o avião presidencial, brincou.