Agência France-Presse
postado em 06/07/2015 21:03
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assegurou nesta segunda-feira que a coalizão internacional liderada pelo seu país intensificará a luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, mas admitiu que a campanha contra os jihadistas levará "tempo"."Intensificamos nossos esforços contra as bases do EI na Síria", disse Obama no Pentágono. "Nossos ataques aéreos continuarão visando às instalações petroleiras e de gás que financiam muitas de suas operações. Visamos a direção e as infraestruturas do EI na Síria", acrescentou.
Obama falou à imprensa após um ;briefing; no Pentágono com oficiais e membros de sua equipe de segurança nacional sobre os esforços para desmantelar o grupo jihadista, que controla grandes partes do território do Iraque e da Síria.
Os diálogos de alto nível foram celebrados depois que ataques aéreos da coalizão atingiram Raqa, a capital de fato do grupo Estado Islâmico, na Síria, durante o fim de semana, em um dos bombardeios mais intensos desde que começaram a atacar posições do grupo jihadista na Síria, em setembro do ano passado.
Os ataques destruíram a infra-estrutura utilizada pelos jihadistas e deixaram ao menos 30 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Durante o ano, vimos que com um parceiro eficaz no terreno o EI pode ser derrotado", avaliou Obama.
O presidente deu como exemplo a retomada de Tikrit, no norte do Iraque, no fim de março, e disse que os mais de 5.000 ataques aéreos no Iraque e na Síria permitiram eliminar "milhares de combatentes, entre eles altos responsáveis do EI".
"Não será rápido. É uma campanha de longo prazo", acrescentou, antecipando que haverá "avanços", mas também "reveses".
"As fragilidades estratégicas do EI são reais", afirmou, lembrando que os jihadistas ultrarradicais não têm força aérea, nem apoio de nenhum país e "sua brutalidade cria um verdadeiro ressentimento no seio das populações que controlam".
O presidente afirmou que mais precisa ser feito para treinar forças do governo e combatentes sunitas tribais no Iraque, assim como rebeldes moderados sírios.
O anúncio dos ataques aéreos da coalizão em Raqa ocorreu depois que o EI divulgou um vídeo mostrando membros adolescentes do grupo extremista executando 25 soldados sírios em um anfiteatro nas ruínas antigas de Palmira.
Mais cedo, o secretário de Defesa, Ashton Carter, disse que os ataques do fim de semana não tiveram como alvo elementos em particular do EI, mas foram parte de um esforço das forças curdas que "limitou a liberdade de movimento ao EI".
Mais de um ano depois que combatentes do EI tomaram grande parte do Iraque, os Estados Unidos e seus aliados lutam para virar a maré contra os extremistas em uma campanha aérea, conhecida como Operação Resolução Inerente.
Segundo o Departamento da Defesa americano, o preço médio diário das operações é de US$ 9,2 milhões e a campanha teria custado US$ 2,91 bilhões até 18 de junho.