postado em 09/01/2015 07:59
O presidente da França, François Hollande, responde a um dos mais graves atentados terroristas em solo francês enquanto batalha contra o próprio enfraquecimento político. No comando do Palácio do Eliseu desde 2012, a popularidade do chefe de Estado chegou a 13% no fim do ano passado. Apesar do sentimento de união que surgiu entre os franceses após o atentado contra a sede da revista Charlie Hebdo, analistas consultados pelo Correio acreditam que Hollande pouco poderá se beneficiar do momento de comoção.Mabel Berezin, especialista em política francesa e professora de sociologia da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, aposta que o ataque será explorado por toda a ala nacionalista europeia, inclusive a francesa. Ela avalia que Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, consolida-se como um nome forte para as eleições de 2017. ;Sua capacidade é subestimada, mas os números já apontam em seu favor;, observa.
Uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública, divulgada em novembro, indica que Le Pen receberia 29% dos votos na eleição presidencial contra 14% para Hollande. Consciente da oportunidade de se destacar como liderança contra o terror, ela defendeu a volta da pena de morte na França, abolida em 1981. ;A nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada;, afirmou à rede France 2. Embora Le Pen comece a explorar a tragédia em seu benefício, a estratégia não deve funcionar para Hollande. Segundo Berezin, a recuperação do presidente enfrenta dificuldades. ;Ele tem longo caminho a percorrer, e não creio que algum gesto que faça possa impulsionar seus números, que vão mal;, pondera. A estudiosa observa que a má avaliação de Hollande tem origem na crise.
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